Gripe nova, nova variante, novos protocolos… é tanta informação que, às vezes, a gente fica perdido na forma de se proteger. Para completar, os sintomas de uma gripe podem ser semelhantes a de um resfriado – como diferenciá-los? A clínica geral, jornalista e professora de medicina Fabiana de Lemos Souza CRM/MG 50704 (@dra.fabianalemos), que atende na Clínica Cuidati, nos traz luz sobre o assunto. Aproveitamos para entender também um pouco mais sobre a nova variante de H3N2 que circula atualmente.
O que é gripe?
A infecção do sistema respiratório, quando causado por um tipo de vírus chamado de Influenza, é o que caracteriza a gripe. Essa doença é transmitida através de espirros, tosse ou secreções de uma pessoa infectada. Essa transmissão costuma acontecer de forma direta entre uma pessoa e outra, mas o vírus também pode ficar suspenso no ar e, por isso, é importante a ventilação do ambiente.
3 tipos de vírus influenza:
Existem três tipos de vírus que podem infectar humanos: A, B, C.
Tipo A – são vírus que infectam uma grande variedade de espécies, além dos humanos. Algumas variantes desse tipo de Influenza são responsáveis pelos surtos sazonais. É nesse grupo que encontramos alguns dos subtipos mais conhecidos: H1N1 e H3N2.
Tipo B – são vírus que infectam apenas humanos e são divididos em duas linhagens: Yamagata e Victoria.
Tipo C – são vírus que infectam principalmente suínos e humanos. São menos frequentes e causam infecções mais leves.
Diferença entre gripe e resfriado
“A gripe e o resfriado produzem sintomas comuns na via aérea superior da pessoa”, alerta a médica Fabiana de Lemos Souza: “coceira, secreção, congestão do nariz, tosse, coceira nasal e espirros”. Ela explica que os resfriados costumam se resolver sozinhos “e, geralmente, não apresentam febre (no máximo uma febre baixa) e são causados por vírus do tipo rinovírus ou adenovirus”. Diferentemente do resfriado, “a gripe, que é infecção pelo vírus Influenza, costuma dar febre e pode ter complicações mais graves, podendo até mesmo levar a óbito”, diz.
Nova gripe
Apesar da alcunha de “nova gripe”, ela não é nova, como aponta Fabiana: “ela foi identificada pela primeira vez na década de 1960, em Hong Kong. O novo surto se deve a uma mutação recente no vírus que aconteceu na Austrália. A nova mutação do H3N2 chama a atenção pelo aumento de internações e até mesmo de mortes”.
Sintomas da nova gripe
Os sintomas da H3N2 são semelhantes aos de outras gripes, como dores no corpo, garganta e cabeça, coriza, febre, fraqueza e cansaço. Chama atenção na H3N2 a presença de sintomas gastrointestinais, podendo a pessoa ter diarréia, vômito e náuseas, principalmente em crianças.
Surto de gripe
Um surto tem como característica o espalhamento rápido de uma doença contagiosa, geralmente geolocalizada. O surto de gripe, portanto, é esse processo rápido de contágio de pessoas pelo vírus Influenza em um determinado local. O surto tem uma incidência menor e um espaço mais restrito do que a epidemia e a pandemia.
Melhor remédio para gripe
A especialista destaca que o mais importante em relação à gripe é a prevenção: “manter distanciamento social, arejar os ambientes, fazer uso da máscara, lavar as mãos e usar álcool em gel”. Ela ainda destaca que, “para quem pertence a grupos de risco – mais de 60 anos, diabéticos, obesos, pessoas com doença cardiovascular ou pulmonar crônica ou imunodeprimidos – pode-se utilizar também antivirais”. Porém, ela ressalta que o uso desses medicamentos deve sempre ser verificado por um médico.
Vacina da gripe
“Existem dois tipos de vacina para a gripe: trivalente e quadrivalente”, explica Fabiana: “elas são dadas anualmente, com a atualização na composição para proteger das novas variantes dos vírus”. A médica e professora chama a atenção para o fato de que nos dois tipos de vacina está contemplado o vírus H3N2: “mesmo que a vacina possa ainda não ter sido atualizada para a variante do último surto, acredita-se que se tenha uma proteção cruzada”.
Fonte: araujo