Cubatão, no Litoral Sul de São Paulo, que já foi conhecida como a cidade mais poluída do mundo – era chamada de Vale da Morte na década de 1980 – registrou a melhor qualidade de ar do Estado de São Paulo na semana passada.
A informação é da Cetesb, Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, agência que faz o controle, fiscalização, monitoramento e licenciamento de atividades geradoras de poluição.
E Cubatão está na contramão de várias cidades brasileiras que sofrem com a fumaça das queimadas florestais e atingem níveis altíssimos de poluição.
Vale da Morte
A cidade de Cubatão, saiu do ranking da da ONU, Organização das Nações Unidas, de cidade mais poluída do mundo nos anos de 1980 depois de um longo trabalho.
Na cidade, que ficou conhecida como Vale da Morte, os moradores sofriam com os resíduos das indústrias, eliminados no ar e nos rios.
Motoristas chegavam a fechar os vidros do carro quando passavam pela Via Anchieta, que corta a cidade de Cubatão ao sentir o cheiro forte no ar e a densa fumaça que envolvia a região.
Na Vila Parisi a situação era a mais grave. Lá foram registrados, na época, casos de nascimento de crianças com várias malformações nos membros e no sistema nervoso.
O bairro residencial, onde vivia a população de baixa renda, fica próximo a indústrias de petroquímicas e de metais, petróleo, fertilizantes e metais.
Em 1984, a situação piorou com a morte de 93 pessoas em um incêndio na Vila Socó.
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A virada
Depois disso, Cubatão começou uma série de programas para controlar com rigor as fontes de poluição do solo, da água e do ar emitidas pelas indústrias locais.
8 anos depois, na Conferência sobre o Meio Ambiente da ONU, a Eco-92, a cidade mostrava melhoras significativas e foi exemplo de recuperação ambiental.
Melhor qualidade do ar
Na medição da Cetesb da semana passada, Cubatão mostrou que muita coisa mudou.
A cidade e o bairro da Mooca, na zona leste da capital paulista, foram as únicas regiões que apareceram com classificação “boa” da qualidade do ar.
O bairro da Mooca, um dos mais tradicionais de São Paulo, foi berço da expansão industrial na capital durante décadas. Com o tempo, as empresas deram lugar a expansão de condomínios residenciais, restaurantes e uma grande valorização das áreas urbanas.
Classificação da qualidade do ar
A Cetesb classificada a qualidade do ar como “boa”, “moderada”, “ruim”, “muito ruim” e “péssima”.
Na Grande São Paulo, a pior região do levantamento foi a do Parque D. Pedro II, na região central da capital, e na Marginal Pinheiros/Ponte dos Remédios, na zona oeste, com qualidade “muito ruim”.
Nem o Ibirapuera, onde fica a maior área verde da cidade, escapou. O bairro teve classificação do ar “ruim”.
No interior do Estado três cidades foram classificadas com qualidade de ar “ruim”, entre elas Jundiaí, Campinas/Vila União, Catanduva.
Já Ribeirão Preto apareceu com qualidade “muito ruim”.
O que fazer?
Pessoas que vivem nessas regiões com alto nível de poluição precisam redobrar os cuidados.
Segundo a Cetesb, quando a qualidade do ar é classificada como “muito ruim”, crianças e pessoas com doenças pulmonares e cardiovasculares têm mais problemas respiratórios.
Para se proteger, idosos e crianças devem evitar esforço físico pesado ao ar livre.
Nada de correr nem fazer exercícios nos horários mais quentes do dia.
Fonte: sonoticiaboa