A Polícia Civil do Piauí interditou, nesta quarta (5), 49 postos de combustíveis no Piauí, Maranhão e Tocantis por suspeita de ligação com o PCC para lavagem de dinheiro do tráfico de drogas. A ação faz parte dos mandados da Operação Carbono Oculto 86, que descobriu uma ligação da facção nestes três estados que utilizava os mesmos fundos e operadores financeiros alvos descobertos pela Operação Carbono Oculto em São Paulo, em meados de agosto.
De acordo com as investigações, o PCC lavava dinheiro, fraudava o mercado de combustíveis e ocultava patrimônio por meio de uma rede de empresas fantasmas e investimentos simulados. As primeiras informações da Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI) apontam uma movimentação de R$ 5 bilhões nos estabelecimentos – 16 deles apenas na capital, Teresina.
Além de lavar dinheiro do tráfico, os postos ligados à facção vendiam combustível adulterado e sonegavam impostos, em uma quantia desviada que não teve o valor divulgado. A possibilidade de que o PCC estaria atuando nestes três estados foi revelada na primeira fase da Operação Carbono Oculto, em 8 estados, com o uso de lojas de conveniência, padarias e administradoras dos estabelecimentos.
Os postos interditados estão localizados nas cidades piauienses de Teresina, Lagoa do Piauí, Demerval Lobão, Miguel Leão, Altos, Picos, Canto do Buriti, Dom Inocêncio, Uruçuí, Parnaíba e São João da Fronteira. Já no Maranhão, os alvos são estabelecimentos em Caxias, Alto Alegre e São Raimundo das Mangabeiras, no Maranhão; e São Miguel do Tocantins, no Tocantins.
Entre os bens apreendidos estão quatro aeronaves e um carro de luxo avaliado em mais de R$ 550 mil. A polícia também bloqueou contas bancárias e determinou o sequestro de imóveis e outros veículos de luxo no valor de R$ 348 milhões.
As autoridades descobriram ainda que o esquema começou a se estruturar após a venda da rede HD, com dezenas de postos no Piauí, Maranhão e Tocantins, em dezembro de 2023. A empresa foi vendida à Pima Energia e Participações, criada apenas seis dias antes da transação. Segundo os investigadores, houve inconsistências patrimoniais e alterações societárias suspeitas, indícios típicos de lavagem de dinheiro.
Os agentes identificaram uma remessa de mais de R$ 700 mil de um dos envolvidos para uma empresa já citada na Operação Carbono Oculto por ligações diretas com o PCC utilizando o mesmo padrão com o uso de laranjas, fundos falsos, fintechs e um sofisticado mecanismo de ocultação de recursos ilícitos.
Em São Paulo, a primeira fase da Operação Carbono Oculto, em agosto, revelou que a facção movimentou R$ 52 bilhões com a ajuda de 40 fundos de investimento e instituições financeiras sediadas na Avenida Faria Lima, coração do mercado financeiro nacional.
Fonte: gazetadopovo






