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Esposa de policial preso por morte de advogado fala sobre depressão pós-parto e desafios com os filhos

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Christinny dos Santos

Única News

A esposa do soldado Wekcerlley Benevides de Oliveira, alvo da Operação Office Crimes — A Outra Face, que investiga o assassinato do advogado Renato Nery, revelou em carta aberta que está passando por um quadro de depressão pós-parto, que se intensificou após a prisão do marido, na última quinta-feira (06). A mulher, identificada pelas iniciais N.G.B., contou que não conta com babá ou familiar que possa lhe ajudar. Sua única “rede de apoio” era o marido e agora está sozinha.

O soldado Wekcerlley Benevides de Oliveira, o cabo Wailson Alessandro Medeiros Ramos, o 3º Sargento Leandro Cardoso, o 3º Sargento PM Heron Teixeira Pena Vieira e outro militar que não teve a identidade revelada, foram os alvos da Operação Office Crimes — A Outra Face. Os quatro militares estão associados a Heron, que recebeu a “missão” de executar Nery. Todos foram presos.

Na carta, N.G.B. conta que tem dois filhos, uma menina de 03 anos e um recém-nascido com apenas 31 dias de vida. A mulher, que já vinha fazendo tratamento para ansiedade, desenvolveu um quadro de depressão pós-parto e tem vivido uma “montanha-russa” de emoções.

“Minha única rede de apoio é meu esposo e, devido à falta de rede de apoio, preciso fazer as coisas e não posso ou não consigo. O desespero bate, o choro vem e acabo afetando minha filha que quando me vê chorando, chora junto”, relatou a esposa de Wekcerlley.

Em desespero, N.G.B. descreve a dificuldade para realizar atividades do dia-a-dias depois de uma cirurgia cesariana. E fala sobre o quão difícil tem sido fazer coisas básicas com dignidade.

“Estou ficando sozinha com os dois [filhos], mesmo sem poder andar normalmente, pegar peso, abaixar. Estou tendo que cuidar, fazer comida… Com toda essa dificuldade acabo pulando refeições, prejudicando a amamentação. O recém-nascido troca o dia pela noite, com muita cólica noturna, acabo passando a noite em claro e durante o dia a de 03 anos precisa de atenção […] É muito triste querer ir almoçar e não ter alguém para segurar o bebê ou até mesmo para fazer a higiene pessoas, pois os dois são dependente de mim”, escreveu.

A Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros (ACS-MT), por meio do presidente Laudicério Machado, divulgou a carta escrita por N.G.B. A associação também defendeu a inocência do soldado, que descreveu como “um policial valoroso”, e informou está dará suporte jurídico para o militar durante o processo.

Entenda

Acompanhe o caso aqui

Renato Gomes Nery foi baleado na manhã do dia 05 de julho de 2024, em frente ao seu escritório, localizado na Av. Fenando Corrêa da Costa, em Cuiabá. Pelo menos um, de sete disparos, atingiu a cabeça do advogado, que chegou a ser socorrido e passar por cirurgia, mas morreu no dia seguinte ao atentado. Desde então, a Polícia Civil já deflagrou ao menos três operações de busca e apreensão contra possíveis envolvidos.

Nesta última, foram cumpridos seis mandados de prisão temporária contra envolvidos no crime: os cinco policiais militares e o executor do crime, Alex Roberto de Queiroz Silva, que trabalha como caseiro para um deles. Foi aprendida também a arma do crime utilizada para executar Renato Nery.

As investigações da Polícia Civil apontam que o 3º Sargento PM Heron recebeu a “missão” de matar Nery e “terceirizou” o crime, contratando seu caseiro Alex para realizar a execução. O mandante do crime, aquele que deu as ordens ao militar, porém, ainda não foi revelado.

A motivação

Dezoito dias antes de ser executado, Nery procurou a OAB e registrou uma denúncia contra Antonio João de Carvalho Junior, colega de profissão e um dos alvos da Operação Office Crime, por um suposto “conluio” envolvendo também outros profissionais. Nesse processo, Renato acusou o colega de se apropriar e negociar uma área de 2.579 hectares, que ele havia recebido como honorários de uma de reintegração de posse de uma terra de 12.413 hectares, localizada no leste do estado.

Nery advogou no caso em 1988 e, desde então, lutava para obter a parte da terra a que tinha direito.

Ao deflagrar a primeira fase da Operação Office Crime, as autoridades confirmaram que a execução foi motivada pela disputa de terras.

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Fonte: unicanews

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