O presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, e o da Rússia, Vladimir Putin, conversaram por telefone nesta terça-feira, 12. Entre os assuntos, foram abordados o conflito na Ucrânia, o intercâmbio de prisioneiros e as relações bilaterais.
A troca de informações focou em soluções diplomáticas para o fim das hostilidades no leste europeu. Trump defendeu a necessidade de uma resolução rápida e pacífica para a guerra na Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022. Para Putin, uma solução duradoura exige a eliminação das causas do conflito e deve ser alcançada por meio de negociações.
Para Mário Machado da Silva Filho, professor e consultor em Relações Internacionais do Instituto Monitor da Democracia, o retorno de Trump à presidência é uma oportunidade de de os russos superarem uma frustração.
Apesar da afinidade entre os presidentes, a primeira passagem de Trump na Casa Branca não efetivou um entendimento entre os países na prática.
“No primeiro governo Trump havia uma grande expectativa quanto a essa aproximação por parte dos russos”, afirma Silva Filho a . “Essa expectativa foi frustrada em certa medida e a abordagem agora tende a ser pragmática.”
Neste início de mandato de Trump, uma questão já foi resolvida com habilidade. Trata-se da troca prisioneiros. Trump assegurou que os EUA cumprirão os acordos firmados entre os dois países.
Um bom sinal foi o retorno para os EUA, na terça-feira 11, do professor norte-americano Marc Fogel, de 63 anos. Em troca, os EUA libertaram, nesta quarta-feira, 12, Alexander Vinnik, até então detido na Califórnia, acusado de estar ligado a crimes cibernéticos.
Fogel passou três anos e meio preso na Rússia. Ele foi acusado de portar maconha. Seu argumento foi o de ter levado a substância devido a prescrição médica. Preso desde agosto de 2021, Fogel foi recebido com entusiasmo por na Casa Branca.
O professor cumpria uma sentença de 14 anos. A libertação ocorre exatamente neste contexto no qual Trump busca estreitar laços com Moscou e, com isso, encerrar a guerra na Ucrânia.
Convite para visita do presidente dos EUA à Rússia
Trump comentou que a liberação de Fogel “poderia ser um passo crucial” para alcançar o fim do conflito na Ucrânia e, juntamente com Fogel. Ele expressou gratidão ao presidente russo, Vladimir Putin, pela libertação.
O presidente norte-americano também disse que outra pessoa seria solta na quarta-feira 12, sem revelar o nome. O professor Silva Filho, porém, alerta que este clima de cordialidade é importante, mas pode não ser suficiente.
“Cada um dos líderes terão margens estreitas de manobra, por conta de interesses contrários de cada nação em muitos cenários e em temas econômicos”, observa ele.
“Então realidades estratégicas e econômicas limitam os resultados possíveis dessa aproximação.”
Durante a conversa, foram tratados ainda outros tópicos de interesse comum, como o programa nuclear do Irã e as relações econômicas entre Moscou e Washington.
Putin convidou Trump a visitar Moscou e expressou disposição para receber autoridades americanas para discussões sobre questões bilaterais, entre elas a situação na .
Ambos os líderes concordaram em manter o contato pessoalmente, incluindo futuras reuniões presenciais.
Fonte: revistaoeste