Cidadania

Empreendedorismo feminino no Nordeste: mulheres transformam comunidades rurais

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O empreendedorismo de mulheres no Nordestevem mudando a realidade de diversas comunidades rurais. No semiárido, histórias de superação e inovação mostram como iniciativas coletivas podem gerar renda, fortalecer a agricultura familiar e valorizar a cultura local.

Em Indiaroba (SE), a artesã Anatália Costa Neto, conhecida como Nat, integra a Associação das Mulheres Empoderadas de Terra Caída. Aos 41 anos, ela alia artesanato, gastronomia e turismo sustentável. Com apoio do projeto Paisagens Alimentares, da Embrapa Alimentos e Territórios, Nat aprendeu a calcular custos, agregar valor e divulgar seus produtos.

O destaque ficou para o hambúrguer de carne de aratu, típico da região, que lhe garantiu o prêmio Mulher de Negócio, superando mais de 150 concorrentes em Sergipe. Além dele, a comunidade agora comercializa biscoitos de capim-santo, geleias de mangaba, cocadas, compotas e mariscos, ampliando a renda das famílias.

Agricultura familiar em evidência

No assentamento Olho D’Água do Casado, em Palmeira dos Índios (AL), a agricultora Ana Paula Ferreira coordena um grupo de mulheres que une produção agrícola e turismo de base comunitária.

Ela destaca que o projeto da Embrapa fortaleceu a autoestima das agricultoras, atraiu jovens para permanecer no campo e mostrou novas formas de aproveitar a biodiversidade da caatinga com preservação ambiental e geração de renda.

O Paisagens Alimentares, financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), já envolveu mais de 500 participantes diretos e impactou cerca de cinco mil pessoas no semiárido nordestino.

Cidadania no empreendedorismo de mulheres no Nordeste

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Empreendedorismo De Mulheres

O empreendedorismo de mulheres no Nordeste está se tornando uma força transformadora em comunidades rurais e tradicionais. Em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a Embrapa Alimentos e Territórios, em Alagoas, desenvolve o projeto Paisagens Alimentares, iniciado em 2018 e consolidado ao longo de três anos de pesquisas e ações.

Segundo o supervisor do setor de Inovação e Tecnologia da Embrapa, Aluísio Goulart Silva, a iniciativa foi pensada para unir desenvolvimento econômico, preservação ambiental e valorização cultural. “O projeto se enquadra perfeitamente na missão da nova unidade criada pela Embrapa em Alagoas”, explica.

Seleção das comunidades

A equipe técnica analisou dados de universidades, secretarias de agricultura e turismo e do Sebrae em Sergipe, Alagoas e Pernambuco. A partir de 20 critérios, foram selecionados cinco territórios e seis comunidades que reuniam potencial para conciliar tradição, inovação e geração de renda.

Em Alagoas

  • Coopcam (Palmeira dos Índios): cooperativa que há 40 anos produz fermentado de jabuticaba. O grupo busca expandir sua atuação para o turismo rural na Serra da Barriga, região marcada pela herança indígena e quilombola.

  • Assentamento Nova Esperança (Olho D’Água do Casado): famílias que trabalham com agricultura agroecológica e pesca artesanal no Rio São Francisco, aproveitando ainda o potencial turístico dos sítios arqueológicos catalogados pelo Iphan.

Em Sergipe

  • Indiaroba: comunidade de marisqueiras e catadoras de mangaba que desenvolvem produtos a partir da pesca artesanal e dos frutos da restinga, como araçá e murici.

  • São Cristóvão: as mulheres conhecidas como beijuzeiras preservam a tradição do beiju, bolo feito com mandioca, coco e açúcar, além de doces conventuais e artesanato local, que contam a história da miscigenação brasileira.

Em Pernambuco

  • Sirinhaém e Rio Formoso: duas associações dividem os recursos do manguezal da Área de Proteção Ambiental de Guadalupe. De um lado, marisqueiras que vivem do mangue; de outro, uma comunidade quilombola que alia pesca artesanal e agricultura agroecológica sustentável.

Essas iniciativas mostram que investir no empreendedorismo de mulheres no Nordeste vai além de impulsionar a economia local: fortalece a identidade cultural, preserva o meio ambiente e dá visibilidade a trabalhadoras que historicamente ficaram à margem.

Ao unir tradição e inovação, essas mulheres estão construindo caminhos de autonomia, renda e transformação social em suas comunidades.

Fonte: cenariomt

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