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Mato Grosso

Empreendedores com deficiência em Mato Grosso: mais de 17,6 mil atuam em negócios próprios

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Uma pesquisa recente do Sebrae/MT revela que cerca de 17,6 mil pessoas com deficiência (PCD) têm o próprio negócio em Mato Grosso, representando 3,6% do total de empresários no estado. O levantamento, realizado entre 3 e 31 de janeiro de 2025, mostra alto nível de escolaridade, diversidade setorial e desafios enfrentados pelos empreendedores PCD, que buscam autonomia, realização pessoal e inclusão no mercado.

Perfil dos empreendedores PCD

O estudo aponta que as deficiências mais comuns entre os empresários são: motora (36,7%), visual (34%) e auditiva (29,3%). Em relação à educação, 46,9% concluíram o ensino médio e 38,1% possuem ensino superior, índices acima da média estadual.

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A faixa etária predominante está entre 35 e 44 anos (39,5%), seguida de 45 a 54 anos (22,4%). O grupo é formado majoritariamente por homens (57%), com equilíbrio racial entre pardos (36,7%) e brancos (34%), seguidos por pretos (19%).

No aspecto familiar, a maioria é casada (57,1%) e tem filhos (91,2%), o que reforça a importância da renda do próprio negócio para a estabilidade financeira da família.

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Perfil dos empreendedores PCD em Mato Grosso

Perfil dos empreendedores PCD em Mato Grosso

Setores e formalização

Os empresários com deficiência atuam em diversos setores:

  • Comércio: 31,3%
  • Serviços: 25,2%
  • Indústria: 21,8%
  • Tecnologia: 14,3%

Entre os principais segmentos estão moda (17,7%), cosméticos (15%) e alimentação (14,3%).

A formalização é alta: 85,7% possuem CNPJ, sendo a maioria registrada como microempresa (48,4%) ou empresa de pequeno porte (32,5%). Cerca de 70% atuam há mais de três anos, e quase metade emprega de dois a cinco colaboradores, demonstrando maturidade e estrutura consolidada.

Perfil dos empreendedores PCD em Mato Grosso

Perfil dos empreendedores PCD em Mato Grosso

Motivação para empreender

Os empreendedores PCD se movem por uma combinação de necessidade financeira e realização pessoal. Entre os principais motivos estão:

  • Necessidade financeira: 40,8%
  • Percepção de oportunidade: 34%
  • Busca por autonomia: 32%
  • Frustração com o mercado de trabalho tradicional: 23,1%
  • Realização de um sonho: 15%

No recorte de gênero, as mulheres tendem a empreender mais por necessidade (54%), enquanto os homens buscam oportunidades de mercado (48,8%).

Desafios enfrentados

Os obstáculos relatados incluem tanto questões estruturais quanto específicas:

  • Burocracia: 44%
  • Concorrência acirrada: 39%
  • Falta de capital inicial: 33%
  • Barreiras ligadas à deficiência (acessibilidade, preconceito): 21%
  • Dificuldade em conciliar vida pessoal e profissional: 22%

Entre mulheres, questões de gênero e maternidade são mais relevantes, enquanto os homens apontam custos e juros elevados como principais obstáculos.

Inclusão produtiva e impacto social

Para Liliane Moreira, analista técnica do Sebrae/MT:

“O Sebrae apoia todos os empreendedores, porque acredita que o empreendedorismo é um caminho de inclusão e autonomia para todas as pessoas. Quando um empreendedor PCD empreende, ele inspira e transforma seu entorno. A inclusão produtiva das pessoas com deficiência fortalece a economia, amplia talentos, gera inovação e promove uma sociedade mais justa.”

Metodologia da pesquisa

O levantamento foi realizado por entrevistas telefônicas com 147 empreendedores (formais e informais) com algum tipo de deficiência em Mato Grosso. O estudo apresenta taxa de confiança de 95% e margem de erro de 4%, fornecendo uma visão representativa do perfil do empreendedor PCD no estado.

Fonte: cenariomt

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