É tradicional. O norte-americano Warren Buffett, o mais bem-sucedido dos investidores no mundo, faz uma carta aos investidores da sua Berkshire Hathaway todos os anos. Como ele é um dos homens mais ricos do mundo e fez fortuna com o mercado acionário, todo investidor — e até quem só se interessa pelo tema — aguarda e presta atenção nas palavras que ele escreve. Em 2023, Buffett foi direto, fez duras críticas, logo no início da carta, ao destacar a sua conduta de tolerância zero com administradores antiéticos, manipulações de números e fraudes. Segundo Buffett, práticas agressivas de contabilidade criativa são “nojentas” e uma “vergonha para o capitalismo”. “Somos compreensivos com erros de negócios, mas nossa tolerância para más condutas pessoais é zero”, escreveu.
Warren Buffett não citou empresas nem executivos, mas desde a noite de sábado, quando a carta anual foi divulgada, o mercado levantou apenas uma questão: Buffett mandou um recado para os donos da Americanas, os brasileiros Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, o trio de acionistas majoritários que está com a imagem bastante arranhada desde 11 de janeiro, quando o mundo descobriu um rombo na varejista brasileira de mais de R$ 40 bilhões?
Buffett, afinal, conhece o grupo há anos. Em 2013, o investidor fez sociedade com a 3G Capital, quando eles formaram um gigante global de alimentos, a Kraft Heinz. Buffett e Lemann, inclusive, se conhecem desde o fim da década de 1990, quando ambos eram do conselho da Gillette.
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Fonte: revistaoeste