Após tentar, sem sucesso de apontar o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega para o comando da Vale, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer colocá-lo no Conselho de Administração da mineradora.
Caso a nomeação ocorra, Mantega passará atuar em pelo menos dois comitês internos da empresa e ganhará R$ 100 mil por mês pelos serviços.
A informação foi divulgada nesta terça-feira, 16, pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Desde que chegou ao Planalto, em janeiro de 2023, Lula fala abertamente em retribuir o trabalho feito por Mantega durante as passadas gestões petistas.
Saiba mais: Lula insiste em nomear Guido Mantega no comando da Vale
O economista foi ministro da Fazenda de Lula e de Dilma Rousseff, entre 2006 e 2014, além de Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão e presidente do .
Mantega também ajudou informalmente a campanha eleitoral de Lula em 2022 e trabalhou por uma semana na equipe de transição.
Mantega foi inabilitado em 2016 pelo Tribunal de Contas da União (TCU) a exercer cargos públicos por causa da sua participação nas “pedaladas fiscais” do governo Dilma.
Todavia, a decisão foi suspensa pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).
Vale privatizada há 26 anos
A Vale foi privatizada em 1997, mas o governo ainda controla 8,68% da empresa através da Previ, o fundo previdenciário dos funcionários do Banco do Brasil, e tem dois representantes no total de 13 membros do Conselho de Administração.
No ano passado, a oposição de outros acionistas, como o fundo norte-americano Blackrock ou o grupo Mitsui, que possuem respectivamente 6,10% e 6,31% do capital da mineradora, teria impedido a nomeação de Mantega na presidência.
Desde 2020 a empresa se tornou uma corporation, ou seja sem acionistas de referência.
Batalha para o comando da mineradora
A investida de Lula faz parte de um quadro maior, que envolve a sucessão de Eduardo Bartolomeo no comando da Vale.
O executivo já deixou claro que pretende permanecer no cargo, fortalecido por resultados positivos obtidos durante seus anos de gestão.
Entretanto, a Previ seria contrária a um novo mandato para Bartolomeo no comando da Vale.