SAÚDE

Descubra como evitar riscos modificáveis vinculados a 60% dos casos de demência no Brasil

2025 word1
Grupo do Whatsapp Cuiabá

Um estudo conduzido pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) revelou que fatores de risco modificáveis estão associados a quase 60% dos casos de demência no Brasil. Entre os principais fatores estão a baixa escolaridade na infância, a perda de visão não tratada e a depressão.

Fatores modificáveis são aqueles que podem ser prevenidos ou atenuados por políticas públicas, ações de saúde ou cuidados individuais, diferindo de aspectos como envelhecimento ou predisposição genética, que também influenciam o desenvolvimento da doença.

De acordo com o Relatório Nacional sobre a Demência do Ministério da Saúde, estima-se que entre 12,5% e 17,5% da população idosa brasileira apresentem algum tipo de demência, percentual que cresce conforme a população envelhece.

Os pesquisadores destacam que estratégias de saúde pública focadas na educação desde a infância, cuidados oftalmológicos e ampliação da assistência à saúde mental podem reduzir de forma significativa a incidência da doença, especialmente entre populações vulneráveis.

A pesquisa avaliou 14 fatores de risco modificáveis utilizando dados do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil), coordenado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Somados, esses fatores correspondem a 59,5% dos casos de demência no país, acima da média mundial de 45%.

Principais fatores de risco

Baixa escolaridade no início da vida lidera a lista, associada a 9,5% dos casos, seguida pela perda visual na velhice, com 9,2%, e pela depressão na meia-idade, com 6,3%.

Outros 11 fatores que contribuem para a demência incluem:

  • isolamento social;
  • poluição do ar;
  • traumatismo cranioencefálico;
  • hipertensão;
  • diabetes;
  • obesidade;
  • sedentarismo;
  • tabagismo;
  • consumo excessivo de álcool;
  • perda auditiva;
  • colesterol elevado.

A educação inicial aumenta a reserva cognitiva, criando novas conexões neurais que ajudam o cérebro a compensar danos futuros. A perda visual impacta a estimulação cerebral, reduzindo a capacidade de processamento de informações externas, enquanto a depressão limita a motivação para atividades cognitivamente desafiadoras e pode causar desequilíbrios biológicos que afetam os neurônios.

Desigualdades e prevenção

O estudo aponta que baixa escolaridade e perda visual não tratada têm maior efeito em regiões mais pobres e entre pessoas negras. Medidas preventivas individuais e políticas públicas direcionadas podem reduzir o risco de demência.

Segundo a professora Cláudia Suemoto, da USP, “a prevenção deve começar cedo e se estender ao longo da vida“, incluindo intervenções em educação, saúde mental e controle de fatores cardiovasculares. O manejo de condições como hipertensão, diabetes, colesterol elevado, e perda sensorial também contribui para a prevenção da doença.

Colaborou Ana Cristina Campos

Fonte: cenariomt

Sobre o autor

Avatar de Redação

Redação

Estamos empenhados em estabelecer uma comunidade ativa e solidária que possa impulsionar mudanças positivas na sociedade.