Encravada no municĂpio de Corguinho, no Mato Grosso do Sul, a âCidade Ziguratsâ estĂĄ longe de ser um vilarejo comum â e os tais zigurates (com âeâ), construçÔes escalonadas inspiradas nos antigos povos sumĂ©rios, sequer sĂŁo a parte mais inusitada do local. Rodeado por paisagens marcantes do Cerrado, o local Ă© o berço de alguns dos causos mais fantĂĄsticos, hilariantes e polĂȘmicos do Brasil nos Ășltimos anos.
A Zigurats, afinal, Ă© o lugar de onde saiu a histĂłria do ET Bilu, que viralizou em 2010 e, mais recentemente, a teoria de RatanabĂĄ â uma suposta cidade perdida no coração da AmazĂŽnia cuja existĂȘncia Ă© negada por todos os especialistas reputados no assunto. Mas⊠como pode uma vila com menos de uma centena de habitantes no interior sul-mato-grossense fazer tanto barulho?
A histĂłria por trĂĄs do vilarejo
Cidade Zigurats foi estabelecida no começo do sĂ©culo por uma associação chamada Dakila Pesquisas. Em seu site oficial, a entidade se apresenta como âum Think Tank sobre CiĂȘncia, Tecnologia e InovaçÔesâ. Erguida em um descampado a cerca de 100 km da capital Campo Grande, a Zigurats se posiciona como o âĂșnico observatĂłrio astronĂŽmicoâ do Mato Grosso do Sul e recebe visitantes.
AtĂ© aĂ, nada tĂŁo diferente de outros projetos cientĂficos dedicados a olhar para as estrelas, favorecidos pelo cĂ©u mais limpo de ĂĄreas pouco povoadas. SĂł que a verdadeira origem da fama da Dakila e seu empreendimento no Cerrado vem de pesquisas que mais parecem saĂdas de uma sĂ©rie documental que vocĂȘ vĂȘ com muito ceticismo: entre outros assuntos, o que atraiu a atenção dos forasteiros para a entidade foram seus materiais sobre civilizaçÔes antigas de existĂȘncia questionĂĄvel e alienĂgenas que alegadamente teriam vindo parar na Terra.
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O lugar alcançou fama pela primeira vez quando ainda se chamava Projeto Portal, com o viral do ET Bilu â supostamente, um extraterrestre que teria sido recebido pela comunidade e foi gravado com ajuda do fundador da iniciativa, o ufĂłlogo Urandir Fernandes. Convertido em piada pelo seu bordĂŁo âbusquem conhecimentoâ, o legado do ET foi acolhido pelos locais, que seguem se definindo como âbuscadores de conhecimentoâ.
De lĂĄ para cĂĄ, vĂĄrias teorias sem embasamento cientĂfico seguiram recolocando as ideias da Dakila na mĂdia de tempos em tempos. A cidade mĂtica de RatanabĂĄ, que tambĂ©m virou piada na internet, falava de uma suposta metrĂłpole existente na AmazĂŽnia hĂĄ 450 milhĂ”es de anos â mesmo que os registros mais antigos da presença humana mal ultrapassem os 300 mil anos e nenhum pesquisador de fora dali concorde com o tal achado.
As ideias difundidas por ali tambĂ©m argumentam em prol de uma teoria contra o formato da Terra que Ă© consensual entre cientistas. NĂŁo Ă© bem um terraplanismo clĂĄssico, mas uma defesa de que o planeta teria um formato âconvexoâ.
Por que zigurates?
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Zigurate Ă© o nome dado a antigos templos escalonados elaborados originalmente pelos povos sumĂ©rios, na Antiguidade, e depois tambĂ©m utilizados por civilizaçÔes babilĂŽnias e assĂrias que habitavam a MesopotĂąmia. A escolha do nome busca fazer referĂȘncia ao interesse da Dakila em povos do passado â e tambĂ©m Ă estrutura piramidal em construção no centro da Cidade Zigurats (sem E).
A maioria das casas do vilarejo, porĂ©m, nĂŁo sĂŁo zigurates, e sim pequenas estruturas circulares. Os poucos moradores do local tentam subsistir de forma autossustentĂĄvel, e a iniciativa tambĂ©m se financia com a venda de produtos como cerĂąmicas e cosmĂ©ticos feitos com a argila local â tudo, Ă© claro, com a promessa de que as propriedades do material obtido ali sĂŁo Ășnicas.
O plano Ă© que as vĂĄrias estruturas do local venham a ser conectadas por passagens subterrĂąneas, em uma espĂ©cie de sistema de defesa para resistir a um eventual Apocalipse â permitindo guardar comida e se esconder dos perigos e intempĂ©ries do futuro.
A visita Ă Cidade Zigurats deve ser agendada. Saiba mais sobre o projeto.
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Fonte: viagemeturismo