Na última quarta-feira (19), o parlamentar usou a tribuna da AL para afirmar que era vergonhoso ter advogado à disposição “de uma covarde monstruosa como essa que tirou a vida da adolsecente”.
Segundo ele, o profissional deveria “ser exposto à sociedade”. “Acredito que um advogado que pega uma causa dessas não tem amor próprio e nem a sua família e seus filhos”.
Em nota, Elizeu afirmou que a fala ocorreu “no calor e emoção” no momento em que teceu comentários sobre os defensores da envolvida no bárbaro e hediondo crime. Ele disse ainda que sua fala foi direcionada exclusivamente à “extrema crueldade do crime” e que o “horror desse ato hediondo motivou nossa reação enérgica, jamais tendo sido nossa intenção desmerecer ou questionar o papel dos advogados na defesa técnica da acusada”.
“Dessa forma, nos retratamos com os advogados diretamente envolvidos no caso, reconhecendo que estão cumprindo sua função legal e são essenciais à Justiça, na defesa dos princípios legais e da ampla defesa, conforme estabelece a Constituição Federal. Por fim, reforçamos nossa luta incessante contra a impunidade e pela Segurança Pública, defendendo leis mais rígidas e punições mais severas para crimes dessa natureza, sempre dentro dos limites da legalidade e do respeito às instituições e aos profissionais que exercem a nobre advocacia”, finalizou.
A fala do deputado na tribuna foi repudiada pela presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Mato Grosso (OAB-MT), Gisela Cardoso. Ela ressaltou que a advocacia é indispensável à administração da Justiça, como diz a Constituição Federal, que garante a todo cidadão o direito à ampla defesa. “Advogado, defensor público, não defende crime, não defende criminoso, defende o direito assegurado a todo cidadão”.
Nataly confessou ter assassinado a adolescente de 16 anos, que estava grávida de nove meses. O crime ocorreu na última quarta-feira (12), e a motivação, segundo a própria autora, foi o desejo de ser mãe novamente, apesar de não poder mais ter filhos.
Após matá-la na casa do seu pai, no bairro Jardim Florianópolis, Nataly realizou um parto forçado cortando a barriga da vítima com uma navalha para retirar o bebê. Em seguida, se dirigiu ao hospital para ser atendida como se fosse uma gestante que havia acabado de dar à luz.
Ela teve a prisão em flagrante convertida em preventiva na sexta (14) por ordem do juiz Francisco Ney Gaíva, da 14ª Vara Criminal de Cuiabá. Três homens que haviam sido detidos, incluindo o namorado de Natally, foram soltos após a polícia afirmar que não encontrou evidências da participação deles no assasinto. O trio, no entanto, segue sob investigação.
Fonte: Olhar Direto