Economia

Custo Mato Grosso: Impacto de R$ 38,5 bilhões no PIB estadual, aponta estudo

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O setor produtivo de Mato Grosso deu um passo importante para impulsionar a competitividade e o desenvolvimento sustentável no estado. Nesta terça-feira (22.04), durante reunião do Fórum Agro e da Frente Parlamentar da Agropecuária da Assembleia Legislativa, foi apresentado o estudo inédito “Custo Mato Grosso”, que calcula os custos excedentes enfrentados pelas empresas locais em comparação com os estados do Sul e Sudeste.

O levantamento, conduzido pelo Movimento Mato Grosso Competitivo (MMTC) apontou que o custo adicional para produzir em Mato Grosso chega a R$ 38,5 bilhões por ano — o equivalente a 14,3% do PIB estadual. O evento contou com a presença do governador Mauro Mendes, de parlamentares, empresários e representantes de diversas entidades.

“Primeiro eu tenho que parabenizar todas as entidades, o setor produtivo do estado de Mato Grosso, que estão imbuídas desse propósito de discutir esse custo excedente que o estado tem para que as pessoas possam viver aqui e produzir aqui. Nós sabemos que viver em Mato Grosso, produzir aqui, pela distância que nós estamos dos portos, dos grandes centros de consumo, isso traduz-se necessariamente em um custo maior”, afirmou o governador Mauro Mendes.

Ele também alertou para os impactos da reforma tributária que entrará em vigor em 2033: “Esse novo imposto será cobrado apenas na base de consumo. Nós temos pouca população e pouco consumo. Nós temos um desafio. Mas acredito que com um trabalho sério e planejamento, com a capacidade de entender os desafios e a coragem de tomar decisões corretas, nós podemos nos preparar para essa nova realidade.”

De acordo com o presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt) e do MMTC, Silvio Rangel, o estudo deve ser visto como um instrumento propositivo. “Não estamos aqui para criticar. Este estudo não é um documento de reclamação. Pelo contrário: é um instrumento de construção. Mato Grosso se desenvolveu muito nas últimas décadas e, por isso, acreditamos no potencial de torná-lo ainda mais forte, competitivo e sustentável”, destacou.

Silvio ainda fez um chamado às autoridades para a construção de uma agenda estadual de competitividade. “Estamos falando de energia mais cara, internet mais lenta, trabalhadores ainda escassos e caros. Tudo isso impacta diretamente nos preços, nos investimentos e nos empregos. Por isso, queremos trabalhar juntos, setor público e privado, para propor soluções reais para os nossos gargalos históricos.”

Custo Mato Grosso

Entre os principais eixos que compõem o Custo Mato Grosso estão a dificuldade para empregar capital humano, a baixa inserção nas cadeias globais, a carga tributária estadual e a infraestrutura logística. Juntos, esses quatro fatores representam quase 80% do custo excedente apontado no estudo.

O documento será a base para a formulação de propostas concretas que deverão subsidiar políticas públicas voltadas à redução de custos e ao aumento da competitividade em Mato Grosso.

A diretora executiva do MMTC, Vanessa Gasch, reforçou que o objetivo do estudo é subsidiar a formulação de políticas públicas e estratégias conjuntas para tornar Mato Grosso mais competitivo. “Já avançamos muito, mas temos grandes oportunidades de melhoria. O Custo Mato Grosso é um ponto de partida, um diagnóstico que nos permite agir de forma coordenada e assertiva”, afirmou.

O que é o MMTC?

O Movimento Mato Grosso Competitivo é uma instituição privada e sem fins lucrativos que reúne 16 entidades dos setores empresarial, acadêmico e público, com a missão de impulsionar o desenvolvimento socioeconômico sustentável por meio do aumento da produtividade e competitividade no estado.

Como foi feito o estudo?

Inspirado na metodologia do “Custo Brasil”, o estudo adaptou indicadores à realidade mato-grossense, comparando os dados locais com a média dos estados do Sul e Sudeste — considerados referência nacional. Foram utilizadas mais de 29 fontes de dados e os indicadores foram organizados em 12 eixos estruturantes.

A parte técnica do trabalho foi realizada pelo Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Ceará (FIEC) e teve o apoio técnico das instituições que compõem o conselho do MMTC, além do Observatório de Mato Grosso, Sistema OCB, Imea, Instituto de Pesquisa da Fecomércio (IPF) e Movimento Pró-logística.

Fonte: cenariomt

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