Para os leitores do Dia de Ajudar, Julie Campbell, diretora operacional da Águas Cuiabá, explica os impactos da estiagem na cidade e como é fundamental adotar medidas de cuidado com a água e o meio ambiente. Segundo Julie, entender o cenário atual e agir coletivamente é essencial para preservar recursos e garantir o bem-estar da população.
O período de estiagem chegou trazendo uma configuração diferente do que estamos habituados em Cuiabá. Em vez do absoluto calor intenso que marca tradicionalmente essa época, enfrentamos toques de um clima atipicamente ameno e seco, com frio fora de época e ausência prolongada de chuvas. Muitos chegam a se perguntar se a “Chuva do Caju” veio mais cedo este ano. O fato é que Cuiabá, como tantas outras cidades brasileiras, tem sentido de perto os impactos das mudanças climáticas e isso exige de todos nós um novo olhar, mais atento e responsável, sobre o uso da água e o cuidado com o meio ambiente.
Na Águas Cuiabá, sabemos que o desafio de manter o abastecimento regular de água em tempos de estiagem é real e constante. Por isso, atuamos com um Comitê de Estiagem que acompanha de perto os níveis dos rios Cuiabá e Coxipó, antecipa cenários e executa planos de ação específicos para garantir o fornecimento de água mesmo nos momentos mais críticos.
Mas a nossa atuação vai além da técnica. Também nos preocupamos em assegurar que a população mais exposta ao calor extremo tenha acesso à água potável. Instalamos bebedouros em locais públicos estratégicos, como na Praça Alencastro, onde a presença de pessoas em situação de vulnerabilidade é maior. Porque assegurar o acesso à água é também inclusão, é cuidar das pessoas.
Enfrentar a estiagem e suas consequências não é tarefa de uma única instituição. É um compromisso que precisa ser assumido por todos: poder público, empresas, comunidades e cidadãos. É com esse espírito de responsabilidade coletiva que a Águas Cuiabá também se une à Prefeitura de Cuiabá, por meio da Defesa Civil Municipal e ao Corpo de Bombeiros na campanha “Cuiabá Sem Queimadas”. Esta iniciativa, lançada com o objetivo de conscientizar a população sobre a prevenção de incêndios urbanos e florestais, é também um convite à reflexão sobre o quanto nossas atitudes diárias impactam o futuro da cidade.
Mais do que nunca, é preciso transformar pequenos gestos em grandes resultados. Fechar a torneira ao escovar os dentes, reduzir o tempo de banho, reutilizar a água quando possível, reparar vazamentos internos. Atitudes simples, mas que fazem grande diferença quando multiplicadas.
O cenário climático atual não permite que tratemos o cuidado com a água como algo sazonal. Precisamos de vigilância permanente, ações coordenadas e, principalmente, engajamento da sociedade. Porque o que está em jogo vai muito além da infraestrutura urbana: afinal, preservar a água é também preservar a vida.
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Fonte: cenariomt