Economia

Crédito mais caro: Endividamento das famílias aumenta no final do ano

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O endividamento das famílias brasileiras voltou a crescer no fim de 2025 e já representa uma parcela significativa da renda. De acordo com relatório divulgado pelo Banco Central nesta semana, o comprometimento das dívidas chegou a 49,3% da renda anual em outubro, enquanto 29,4% do rendimento mensal está sendo destinado ao pagamento de empréstimos e financiamentos.

Em setembro, o índice era de 49,1%, o que confirma uma trajetória de alta. O cenário, aliado aos juros elevados, tem reduzido a disposição das famílias para assumir novas dívidas, especialmente no crédito pessoal.

Crédito segue elevado, mas ritmo desacelera

Apesar da cautela crescente, o volume total de crédito às famílias continua elevado. Em novembro, o chamado crédito ampliado somou R$ 4,7 trilhões, o equivalente a 37,2% do Produto Interno Bruto (PIB).

Segundo o Banco Central, parte desse movimento está ligada à necessidade de manter o consumo ou reorganizar dívidas antigas, ainda que em condições mais desfavoráveis. No entanto, o ritmo de crescimento perdeu força.

O estoque total de crédito do Sistema Financeiro Nacional avançou 9,5% em 12 meses, abaixo dos patamares registrados anteriormente. A desaceleração aparece com mais clareza nas concessões: os novos empréstimos somaram R$ 637,5 bilhões em novembro, uma queda em relação ao mês anterior, atingindo tanto famílias quanto empresas.

Juros elevados pressionam consumidores

O custo do crédito segue como o principal obstáculo. A taxa média das novas operações ficou em 31,9% ao ano. Para pessoas físicas, o percentual subiu para 37% ao ano.

No crédito livre — que inclui empréstimos pessoais e cartão de crédito — os juros alcançaram 59,4% ao ano, impulsionados principalmente pelas altas no crédito não consignado e no parcelamento do cartão.

Empresas também adotam postura mais cautelosa

Entre as empresas, o cenário é semelhante. O crédito ampliado chegou a R$ 6,8 trilhões, o equivalente a 53,8% do PIB, mas praticamente não avançou no mês.

O crescimento em 12 meses foi de 4,8%, sustentado sobretudo pela emissão de títulos de dívida, o que indica uma menor dependência do crédito bancário tradicional diante do custo elevado dos financiamentos.

Inadimplência se mantém estável, mas pressão aumenta

A inadimplência permanece relativamente estável no curto prazo. Os atrasos acima de 90 dias ficaram em 3,8% da carteira total. No crédito livre às famílias, o índice chegou a 6,3%, refletindo a pressão crescente sobre a renda.

Planejamento financeiro é essencial

Em um ambiente de juros altos e endividamento elevado, especialistas reforçam que o uso do crédito exige atenção redobrada. O crédito permite antecipar consumo ou contratar serviços, mas envolve custos significativos.

A recomendação é clara: planejamento, controle das despesas e cautela ao assumir novas dívidas. Evitar gastos supérfluos, manter uma reserva para imprevistos e agir rapidamente em caso de dificuldades financeiras são medidas fundamentais.

Para quem já enfrenta problemas com endividamento, a orientação é não adiar decisões. Quanto mais cedo houver reorganização financeira, maiores são as chances de reduzir prejuízos e recuperar o equilíbrio do orçamento.

Fonte: cenariomt

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