A diversidade também está nas crenças, na fé e nas religiões. E é da diversidade religiosa que vamos tecer alguns comentários a partir de agora. Primeiro, é preciso afirmar que, contrariamente ao que muitos pensam, diversidade, seja ela qual for é, antes de tudo, crescimento, uma vez que enriquece a cultura de um povo, uma cultura que vem repleta de desafios e tem a capacidade de despertar a tolerância e com esta o convívio saudável e o diálogo aberto entre as pessoas de diferentes segmentos religiosos da sociedade.
Confira abaixo o vídeo do psiquiatra Marcos Estevão:
Diversidade religiosa é coexistência de crenças diferentes dentro de um mesmo espaço, é aceitação dessas diferenças, é respeito mútuo, é democracia. São inúmeras crenças e práticas espirituais que existem em determinada sociedade.
A pluralidade religiosa manifesta-se em todo o planeta, com um número expressivo de crenças, práticas, rituais e tradições espirituais. Alguma religiões compõem as tradições ancestrais, como as religiões indígenas e as afro-brasileiras; outras são institucionalizadas, como é o caso do Cristianismo, do Islamismo e do Hinduísmo.
No Brasil, contribuíram para a colonização de nossas terras, além dos povos indígenas e dos africanos, a presença de imigrantes europeus. Com toda essa miscigenação cultural, é fácil entender o número expressivo de religiões e a convivência harmônica entre os seguidores de cada uma delas.
O catolicismo, o protestantismo, o espiritismo, o candomblé e a umbanda são os principais segmentos religiosos de nosso país. Existem ainda o budismo e o judaísmo, também praticados em terras brasileiras.
Aqui no Brasil, muitas vezes se usa o culto ecumênico, abrangendo muitas religiões, também amplamente aceito pela sociedade brasileira.
Infelizmente, essa harmonia não existe em alguns locais do mundo, apesar de que a liberdade de crenças está na Declaração Universal dos Direitos Humanos, que garante a liberdade religiosa como um direito fundamental, que inclui a prática religiosa individual e a proteção contra discriminação e violência usadas em nome da fé.
As festividades religiosas são muitas, como o Círio de Nossa Senhora de Nazaré em Belém do Pará, uma grande procissão católica; Marcha para Jesus, como um grande movimento evangélico; festa de Iemanjá no candomblé e outras mais.
No Brasil, entre os seguidores das diferentes religiões, a tolerância e a paz são a regra, mas ainda há exceções, principalmente relacionadas aos ataques racistas dirigidos às religiões de matriz africana.
Isso acontece porque muitos acham que a religião que seguem é superior às outras (etnocentrismo religioso), ou por falta de conhecimento dos conteúdos teóricos e práticos destas religiões, ou por desconhecimento das leis que proíbem esse tipo de abuso.
A educação começa em casa e se mantém na escola, ambientes em que o respeito e a convivência harmônica devem ser estimulados entre os diversos grupos religiosos.
Deve-se ter o conhecimento de que nenhuma religião está acima de outra, portanto nenhum privilégio deve ser dado a qualquer uma delas em detrimento de outra. Além do respeito, a denúncia se faz necessária nos casos de discriminação ou de violência contra pessoas ou grupos religiosos.
Portanto, cabe a cada um de nós promover e garantir o respeito, seja através da educação, do diálogo ou da denúncia de discriminações e violência.
A diversidade religiosa é a livre busca por significado e conexão com o transcendente, o divino ou o espiritual. O respeito e a tolerância com diversidades colaboram positivamente com a saúde mental daqueles que aceitam bem e convivem com o plural.
O Brasil, como um estado laico, valoriza todas as religiões e crenças religiosas, sem priorizar e sem dar mais valor a qualquer uma delas, uma vez que “A verdadeira fé não nega outras crenças, mas convive com elas em harmonia.”
Termino aqui, citando um Ser humano iluminado, o Papa Francisco, que nos deixou há pouco e que, em vida, agradou diferentes grupos religiosos, registro aqui uma de suas frases e com ela encerro meus comentários: “Quem pensa apenas em construir muros e não em construir pontes, não é cristão”.
Fonte: primeirapagina