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Como Observar a Chuva de Meteoros Orionídeas no Brasil a partir de Terça-feira (21)

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O céu do Brasil será palco, nesta semana, de um dos fenômenos astronômicos mais esperados do ano de 2025: a chuva de meteoros Orionídeas. O evento, formado por fragmentos deixados pelo cometa Halley, atinge seu pico de atividade entre as noites desta terça (21) e quinta-feira (23) e poderá ser visto de todo o território nacional, sem necessidade de equipamentos.

De acordo com o Projeto Exoss, parceiro do Observatório Nacional (ON/MCTI), as condições de observação em 2025 serão particularmente favoráveis. “A boa notícia é que todo o Brasil pode observar. O radiante em Órion é visível de norte a sul, com leve vantagem no Norte e Nordeste, onde ele sobe mais alto. Mesmo no Sul, é um show garantido”, afirmou a equipe em comunicado divulgado pelo governo federal.

A fase de máxima atividade está prevista para as madrugadas de quarta (22) e quinta-feira (23), com maior intensidade entre meia-noite e 2h da manhã. Nessas horas, será possível ver de 15 a 20 meteoros por hora em locais de céu limpo e escuro. Em áreas urbanas, a poluição luminosa pode reduzir a contagem para cerca de cinco a dez meteoros por hora, segundo a NASA.

As Orionídeas ocorrem todos os anos entre 2 de outubro e 12 de novembro, quando a Terra cruza uma trilha de detritos deixada pelo cometa Halley. Esses fragmentos viajam pelo espaço e, ao entrarem na atmosfera terrestre, queimam rapidamente, produzindo os riscos luminosos que marcam o céu noturno.

O Halley leva cerca de 76 anos para completar uma volta em torno do Sol. A última passagem visível ocorreu em 1986, e o próximo retorno está previsto para 2061. A periodicidade do cometa, que é um dos mais famosos da história, foi identificada pelo astrônomo inglês Edmond Halley, em 1705. Desde então, seus rastros são responsáveis por duas chuvas anuais de meteoros: as Eta Aquáridas, em maio, e as Orionídeas, em outubro.

Segundo o astrônomo Marcelo De Cicco, coordenador do Projeto Exoss, os meteoros das Orionídeas são extremamente rápidos – podendo alcançar 66 quilômetros por segundo – e costumam ser brilhantes, deixando rastros luminosos longos e, em alguns casos, explosões conhecidas como bolas de fogo.

Como observar?

A observação será favorecida neste ano pela presença de uma Lua Nova com apenas 2% de iluminação, que se põe cedo e praticamente não interfere na visibilidade.

Para assistir ao espetáculo, astrônomos recomendam procurar um local escuro e aberto, longe das luzes das cidades. Basta olhar para o céu a partir da meia-noite até o amanhecer, preferencialmente em direção leste, onde está a constelação de Órion – ponto do qual os meteoros parecem surgir, próximo à estrela Betelgeuse.

“Encontre um local bem longe da cidade ou dos postes de luz”, orientou Bill Cooke, chefe do Escritório de Meio Ambiente de Meteoroides da Nasa, em nota da agência. “Deite-se de costas e olhe para cima, observando o máximo possível do céu. Em menos de 30 minutos no escuro, seus olhos se adaptarão e você começará a ver meteoros.”

Os especialistas recomendam evitar o uso de telescópios, pois o campo de visão limitado dificulta a observação. O ideal é olhar a olho nu e ter paciência, uma vez que a chuva pode durar até o amanhecer.

As chuvas de meteoros ocorrem quando a Terra cruza regiões do espaço repletas de partículas de poeira e rocha deixadas por cometas ou asteroides. Ao colidirem com a atmosfera, essas partículas se desintegram, gerando o efeito luminoso que popularmente chamamos de “estrelas cadentes”.

Do ponto de vista científico, o estudo desses eventos ajuda a estimar a quantidade de detritos que atingem a Terra e a entender a origem dos cometas e a formação do Sistema Solar. Além disso, fornece dados importantes para a proteção de satélites e missões espaciais contra micrometeoritos.

No Brasil, o Projeto Exoss atua no registro e análise de meteoros em parceria com o Observatório Nacional. A rede reúne câmeras em diferentes estados, incluindo o Observatório Astronômico do Sertão de Itaparica (OASI), em Pernambuco. O público também pode enviar imagens e relatos, que são compilados e estudados por pesquisadores voluntários.

Fonte: abril

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