Os conflitos econômicos entre Estados Unidos e a China, bem como outros países, à exemplo da Rússia e Ucrânia, têm beneficiado o Brasil e a América Latina. Segundo análise do economista Ricardo Amorim, o acordo entre União Europeia e Mercosul pode sair após 25 anos de tratativas entre o segundo semestre de 2025 e o primeiro semestre de 2026.
Palestrante do primeiro dia da Feira Brasileira de Sementes (Febrasem), em Rondonópolis, nesta quarta-feira (11), a perspectiva da assinatura do acordo decorre da possibilidade de no próximo dia 9 de julho novas tarifas impostas pelos Estados Unidos entrarem em vigor para a União Europeia entrar em vigor.
“O que bloqueia esse acordo até hoje é o protecionismo do produtor na Europa, mas, fundamentalmente, em três países: Áustria, Polônia e França”.
De acordo com Ricardo Amorim, a Áustria já teria se posicionado que “pode aprovar isso amanhã”, assim como a Polônia.
“O último é a França, mas vai acontecer. A França é um barril de pólvoras, particularmente, em volta de Paris. Se de fato no dia 9 de julho a tarifa que o Trump prometeu que colocaria entrar em vigor e o preço dos alimentos começarem a subir pesadamente na Europa, a popularidade dos governos lá vai despencar”.
Ainda segundo a análise do especialista, “na hora em que o Macron falar entre o pescoço dele e o produtor francês vai ter: ‘agricultor sinto muito, eu vou proteger o meu pescoço nessa brincadeira’”.

Brasil grande país emergente de risco zero
Atualmente existem 165 países emergentes e o Brasil nos últimos meses se tornou o único com risco geopolítico perto de risco zero no mundo.
Outro fator diante dos conflitos econômicos e geopolíticos vividos hoje, uma vez que há cerca de um ano investidores começaram a retirar dinheiro da China em eminência da reeleição do presidente Donald Trump e a promessa de endurecer as questões comerciais com a gigante da Ásia.
“A Rússia já estava em guerra e a Índia entrou há cerca de duas semanas. Só sobrou o Brasil. O resumo da ópera é simples. Vai entrar investimento no Brasil, que por sua vez vai gerar emprego, porque estamos ganhando de WO. ‘Ah, está tudo as mil maravilhas no Brasil’. Muito longe disso. É só que não está pior”, pontuou Ricardo Amorim.
Conforme o economista, entender o Brasil, entender a economia brasileira hoje, requer entender o conceito do “é o que temos para hoje”.
Diante do cenário atual brasileiro e mundial, Ricardo Amorim conclui que o “agro vai crescer em volume e receita mais do que se imagina”, uma vez que diversos países estão mirando os olhos para o Brasil, bem como a economia nacional vai crescer, “apesar dos muitos problemas que o país tem, lembrando que existem fases, então vamos aproveitar a boa fase”.
Além disso, ressaltou a importância do uso da tecnologia para as tomadas de decisões. “Da mesma forma que a tecnologia de sementes faz toda a diferença, a tecnologia geral também faz”.
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Fonte: canalrural