O número de vítimas do chamado golpe da maquininha adulterada cresce em todo o país, alertam as polícias civis de diferentes estados.
A fraude, que consiste na clonagem de cartões e no roubo de senhas digitadas em maquininhas falsas, já causou prejuízos de até R$ 28 mil em poucas horas para uma única vítima.
Ambulantes, falsos motoboys e até motoristas de aplicativo são usados como fachada pelas quadrilhas. Eles entregam máquinas de cartão modificadas que, além de não registrarem corretamente a compra, enviam a senha da vítima via Bluetooth para os golpistas. Em seguida, o cartão é trocado por outro semelhante, dificultando a percepção imediata do golpe.
Casos do golpe da maquininha adulterada já registrados


A Polícia Civil do Paraná, que investiga uma série de casos, afirmou que ao menos três pessoas já foram presas em Curitiba com várias maquininhas adulteradas.
Em São Paulo, o Deic apreendeu 17 equipamentos e identificou mais de nove vítimas, além de quatro suspeitos.
Situações semelhantes também foram identificadas em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, onde um torcedor foi enganado na saída de um jogo e teve mais de R$ 8 mil furtados.
Como o golpe da maquininha adulterada acontece


As abordagens variam, mas seguem o mesmo padrão: o criminoso alega falha no sistema ou ausência de internet, solicita que a vítima digite a senha novamente em outra máquina, e nesse processo ocorre a troca do cartão. A senha já foi transmitida, e os criminosos passam a fazer compras de alto valor com os dados roubados.
Em um dos casos mais emblemáticos, a jornalista Maigue Gueths, de Curitiba, só descobriu o golpe no dia seguinte, ao notar que seu cartão havia sido trocado.
Compras de valores elevados foram feitas em postos de combustível, supermercados, lojas de roupas e até barraquinhas de churros.
O que dizem os especialistas e o Procon


Muitos bancos negam o ressarcimento, alegando que a senha foi digitada voluntariamente. No entanto, decisões judiciais já obrigaram instituições a devolverem o valor quando foi comprovado que os gastos fugiam completamente ao padrão do cliente.
A coordenadora do Procon-PR, Claudia Silvano, orienta que os consumidores fiquem sempre atentos e nunca entreguem o cartão a terceiros. Ela também afirma que os bancos devem adotar mecanismos mais eficazes de segurança, como alertas instantâneos e bloqueio automático em compras suspeitas.
Como se proteger do golpe da maquininha adulterada


- Nunca entregue seu cartão a terceiros;
- Verifique o visor da máquina e o valor antes de digitar a senha;
- Desconfie de máquinas que não aceitam aproximação ou exigem trocas durante a compra;
- Reduza o limite de compras do seu cartão;
- Ative notificações por SMS, WhatsApp ou aplicativo bancário;
- Confira sempre se o cartão devolvido é o seu;
- Registre imediatamente Boletim de Ocorrência em caso de golpe;
- Solicite ressarcimento ao banco e acione o Procon ou a Justiça se necessário.
Segurança digital em foco
De acordo com a Febraban, os bancos brasileiros investiram R$ 4,2 bilhões em cibersegurança em 2024, com previsão de R$ 4,7 bilhões para este ano. Mesmo assim, o número de estelionatos digitais ultrapassou 281 mil casos, um aumento de 17% em relação ao ano anterior.
Golpes como o da maquininha adulterada reforçam a importância da educação digital e do comportamento consciente na hora de realizar pagamentos presenciais.
Em tempos de alta tecnologia, o cuidado com o uso do cartão pode evitar dores de cabeça e prejuízos financeiros difíceis de reverter.
Fonte: cenariomt