No coração do nordeste, o projeto Prospera vem transformando a realidade de milhares de pequenos produtores que vivem do milho. Com conhecimento e tecnologia quem colhia pouco, hoje multiplica a produção por 10.
A iniciativa nasceu da constatação de uma divergência de cerca de 2 milhões de hectares entre os dados de área plantada informados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e pela indústria. Boa parte desse volume estava associada à agricultura de subsistência, com práticas tradicionais e baixa inserção tecnológica.
“Quando começamos a investigar, vimos que esses agricultores estavam fora do radar da assistência técnica, usando sementes salvadas e práticas defasadas”, explica Alexsandro Mastropaulo, gerente de projetos estratégicos da Corteva e um dos idealizadores do projeto.
Conforme Alexsandro, ao projeto Mais Milho, do Dia de Ajudar Mato Grosso, foi a partir desse diagnóstico que o grupo decidiu iniciar as ações no Nordeste, região onde predominam pequenas propriedades e baixos índices de produtividade.
Atualmente, o Prospera atua em cinco estados do Brasil como Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, e já capacitou mais de 16 mil agricultores.
A média de produtividade nessas áreas, que era de cerca de 15 sacas por hectare, em muitos casos ultrapassa hoje a marca de 150 sacas, mesmo em lavouras de sequeiro e com chuvas mal distribuídas.
O recorde registrado foi de 184 sacas por hectare no município de Tianguá (CE), a uma altitude de apenas 100 metros.

Apesar do avanço, o projeto enfrenta um entrave comum à agricultura familiar: o financiamento. “Hoje, insumos, sementes e equipamentos já estão disponíveis no mercado local. O que falta é o crédito. Muitos produtores não têm documentação regularizada, e ainda há desconfiança por parte das instituições financeiras em relação à viabilidade econômica da cultura na região”, afirma Alex.
Segundo dados do Intituto Brasileiro de Geografia e Estátisca (IBGE), existem cerca de 500 mil propriedades produtoras de milho nesses estados nordestinos. No entanto, a maioria opera em regime de subsistência, vendendo apenas parte da colheita. Muitos agricultores passaram a adotar melhores práticas após os treinamentos, ainda que sem acesso direto ao suporte técnico continuado.
“Tem produtor que ainda planta com matraca, mas já sabe escolher melhor a semente. É um avanço”, destaca.
A expectativa do projeto é que, com políticas públicas de crédito agrícola mais acessíveis e voltadas à realidade do pequeno produtor nordestino, a região possa se consolidar como um novo polo de produção de milho no país.
“Tem solo, tem clima, tem gente disposta. Falta vontade política para fazer esse produtor acessar o crédito e evoluir. O potencial produtivo está claro. Agora, é preciso apostar nisso com seriedade”, conclui.
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Fonte: canalrural