Direto De Brasilia

Ciro Nogueira e o impeachment de Moraes: a postura omitida em destaque

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Ex-ministro da Casa Civil no governo Bolsonaro e presidente nacional do Progressistas, Ciro Nogueira permanece entre os senadores “indefinidos” sobre o processo de impeachment do ministro Alexandre de Moraes. A postura levanta questionamentos sobre coerência política e estratégia partidária.

O senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro da Casa Civil no governo Bolsonaro e atual presidente nacional do Progressistas, permanece entre os parlamentares que ainda não declararam posição sobre o processo de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. A denúncia, que já conta com o apoio de 39 senadores, precisa de 41 votos para ser admitida, e a indefinição de nomes como Ciro pode ser determinante para o futuro da proposta.

A postura chama atenção pelo histórico político do senador. Como ex-integrante do “núcleo duro” do governo Bolsonaro, Nogueira sempre demonstrou alinhamento com a pauta da direita e chegou a visitar o ex-presidente recentemente, após sua prisão domiciliar, determinada justamente por Moraes. Ainda assim, evita declarar voto em um processo que é hoje uma das principais bandeiras do bolsonarismo no Congresso.

A ausência de posicionamento público tem provocado questionamentos dentro e fora do Progressistas. Lideranças regionais e apoiadores cobram coerência de Ciro, que há anos se apresenta como figura de confiança do ex-presidente. A dúvida é se sua hesitação representa uma estratégia de preservação política ou uma tentativa de manter relações equilibradas com o Judiciário.

Ciro Nogueira é conhecido por sua habilidade de articulação e pelo controle que exerce sobre prefeitos e bancadas estaduais, especialmente no Nordeste. Seu silêncio, portanto, não é neutro, ele influencia diretamente o cálculo político de outros parlamentares e mantém um ambiente de incerteza em torno da votação. Em um Senado dividido, sua decisão pode ser o fiel da balança.

O processo contra Moraes é cercado de polêmicas e acusações de abuso de autoridade, mas também de defesas enfáticas quanto à atuação do ministro frente a ameaças democráticas. Seja qual for o mérito, a condução do debate exige clareza por parte dos senadores, especialmente daqueles com peso político nacional, como é o caso de Ciro.

Em um cenário institucional delicado, a omissão se torna uma escolha. E num momento em que o Senado é chamado a exercer seu papel de contrapeso entre os Poderes, a postura de Ciro Nogueira levanta dúvidas não apenas sobre sua posição no processo, mas sobre os interesses que, de fato, tem escolhido proteger.

Fonte: leiagora

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