O Ciosp, responsável por atender chamadas de emergência na Baixada Cuiabana, registrou 16.165 trotes entre 1º de janeiro e 31 de julho deste ano, representando 5,54% do total de 291.690 ligações recebidas.
Dessas chamadas falsas, 6.525 foram realizadas por crianças e 9.640 por adultos. Em comparação ao mesmo período de 2024, houve redução, quando foram registrados 19.228 trotes, equivalentes a 5,9% de 325.952 ligações.
O Ciosp opera na sede da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), em Cuiabá (MT), atendendo a solicitações da Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Politec, Detran, Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob), Guarda Municipal de Várzea Grande e, recentemente, do Samu.
O superintendente do Ciosp, tenente-coronel PM Wangles dos Santos Lino, enfatiza que passar trotes pode levar à responsabilização nos artigos 266 e 340 do Código Penal. Segundo ele, o ato ocupa linhas que poderiam atender emergências reais, desviando equipes e gerando custos ao Estado.
O artigo 266 prevê detenção de um a três anos e multa para quem interromper ou perturbar serviços de comunicação, com pena dobrada em situações de calamidade pública. Já o artigo 340 trata da falsa comunicação de crime, com detenção de um a seis meses ou multa. Menores de idade são considerados infratores gravíssimos, sujeitos a medidas socioeducativas conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Recentemente, em Primavera do Leste, três adolescentes foram apreendidas por falsa comunicação de crime. Elas utilizavam um código, pedindo “pizza”, para simular violência doméstica. A ação mobilizou desnecessariamente equipes da Polícia Civil e Militar, além de ocupar as linhas 197, atrasando atendimentos legítimos e prejudicando a rotina da central de flagrantes.
Fonte: cenariomt