Se hoje Scarlett Johansson é reconhecida mundo afora como a Viúva Negra do Universo Cinematográfico Marvel (UCM, ou MCU em inglês), no início de sua carreira a atriz desempenhou papéis que fizeram dela uma espécie de “símbolo sexual”, como em Encontros e Desencontros (2001) ou Match Point (2005). Levou anos para que conseguisse se livrar dessa sombra, e ao longo do caminho ela passou por algumas decepções.
“Foi difícil sair daquele escaninho. Eu fiz filmes como Ele Não Está Tão a Fim de Você [2009], que continuou essa narrativa. Não consegui fazer nenhum progresso”, admitiu ela em recente entrevista à Variety.
Então conhecida como uma das “loiras douradas” de Hollywood, Scarlett estava cada vez mais desiludida. Não era o que queria profissionalmente, mas também não teve a oportunidade de mostrar do que era capaz. “Acho que eles me ofereceram todos os roteiros de Marilyn Monroe. Eu fiquei tipo, ‘Isso é o fim da estrada criativamente falando?'”, lembrou ela.
O ponto de virada foi perder o papel principal em Gravidade (2013). O diretor Alfonso Cuarón optou por Sandra Bullock ao invés de Scarlett. “Eu queria aquele papel com todas as minhas forças. Foi o fundo do poço. Eu me senti muito frustrada e sem esperança. Pensei: ‘Estou realmente fazendo meu trabalho direito?'”, desabafou a atriz.
Bullock recebeu uma indicação ao Oscar por sua performance em Gravidade, que também fez bonito ao ganhar 7 das 10 estatuetas que disputava. Foram elas: Melhor Diretor, Melhor Fotografia, Melhor Edição, Melhores Efeitos Visuais, Melhor Trilha Sonora, Melhor Edição de Som e Melhor Mixagem de Som.
Acontece que a essa altura ela também havia sido preterida para ser a Viúva Negra em Homem de Ferro 2, mas a sorte sorriu para ela. Emily Blunt, que havia sido originalmente escalada, teve que recusar a oferta por estar contratualmente comprometida com As Viagens de Gulliver (2010). A produção então ligou para Scarlett, que teve seus receios ao aceitar a proposta.
“O filme não iria me ajudar muito devido à forma como a personagem foi escrita, mas havia potencial para o futuro, para crescer em projetos posteriores”, disse ela. E não estava errada: a Viúva Negra voltou em mais oito longas da Marvel – um deles solo, de 2021.
Embora o sucesso do MCU seja inegável, a evolução de Scarlett ocorreu em todos os sentidos. Ao mesmo tempo em que se afastou do estereótipo de “it girl”, ela amadureceu como intérprete. Pouco depois de Homem de Ferro 2, protagonizou a peça “A View from the Bridge”, de Arthur Miller, que foi um grande aprendizado para ela. “Cresci muito fazendo esse trabalho, criativa e artisticamente”, afirmou.
Além da bilionária franquia de super-heróis, Scarlett emendou diversos filmes que a aproximaram da crítica, como Sob a Pele (2013), de Jonathan Glazer, uma ficção científica que fracassou comercialmente, mas conquistou avaliações muito boas; Her (2013), em que Joaquin Phoenix se apaixona pelo sistema operacional de seu computador – e que é adorado pelo público; e Lucy (2014), de Luc Besson, que arrecadou US$469 milhões para um orçamento de US$40 milhões.
Fonte: adorocinema