📝RESUMO DA MATÉRIA
- A satisfação pessoal das pessoas atingiu um nível quase recorde em 2024, com 47% apresentando uma grande satisfação
- O jornalista Dan Buettner em uma conversa com Dan Witters, diretor de pesquisa do Índice Nacional de Saúde e Bem-Estar Gallup, trouxe a revelação dos 15 fatores que podem trazer uma verdadeira satisfação
- Em geral, essas métricas ocorrem de forma sinérgica e, quando ocorrem, podem ser um grande indicador de contentamento e alegria
- Férias com a família e amigos, além de fazer coisas que gosta no dia-a-dia são alguns dos 15 fatores
- Ter uma alimentação saudável, fazer consultas ao dentista e sentir-se seguro e protegido também são fatores importantes para a felicidade
🩺Por Dr. Mercola
A satisfação pessoal das pessoas atingiu um nível quase recorde em 2024, com 47% apresentando uma grande satisfação. A conclusão, de uma pesquisa Gallup, é que a culpa é da incerteza financeira, mas as finanças são apenas um fator para encontrar a felicidade. A saúde física, as ligações sociais e ter um propósito também são fatores importantes, assim como outros mais concretos.
O jornalista Dan Buettner, autor de “As zonas azuis da felicidade: lições das pessoas mais felizes do mundo,” conversou com Dan Witters, diretor de pesquisa do Índice Nacional de Saúde e Bem-Estar da Gallup, enquanto realizava pesquisas para seu livro.
Witters revelou diversos elementos interligados que podem significar verdadeira felicidade. Em geral, essas métricas ocorrem de forma sinérgica e, quando ocorrem, podem ser um grande indicador de contentamento e alegria.
15 hábitos de pessoas felizes
Witters disse a Buettner que se você se identifica com esses 15 fatores, há uma boa chance de você ser mais feliz que a maioria das pessoas:
- Você controla bem sua vida financeira e vive dentro das suas posses. Você tem dinheiro para fazer tudo que deseja fazer.
- Você define e atinge suas metas.
- Você tira um tempo para viagens ou férias com família e amigos.
- Faz coisas que gosta no seu dia-a-dia.
- Se sente seguro e protegido.
- Aprende algo novo ou de seu interesse durante seu dia-a-dia.
- Você tem alguém para te incentivar a levar uma vida saudável.
- Tem uma alimentação saudável.
- Consome muitas frutas e vegetais durante a semana.
- Faz consultar ao dentista no mínimo uma vez ao ano.
- No último ano, você recebeu reconhecimento por ajudar na melhora da cidade ou região onde vive.
- Você não fuma.
- Você está com um peso saudável.
- Pratica exercícios no mínimo 3 dias por semana.
- É uma pessoa ativa e produtiva durante o dia-a-dia.
Quais os lugares mais felizes do mundo?
As zonas azuis são áreas do mundo onde as pessoas tendem a viver por muito mais tempo do que a média. Buettner estudou as 5 zonas azuis durante anos (Okinawa, Japão; Sardenha, Itália; Nicoya, Costa Rica; Icária, Grécia; e Loma Linda, Califórnia), onde as pessoas tendem a ter uma vida mais prolongada.
Ele também identificou as zonas azuis de felicidade – áreas do mundo descritas por ele como “pontos críticos de felicidade.” Entre eles estão países que ele descobriu que incorporavam 3 tipos de felicidades:
- Satisfação com a vida, medida por pessoas que avaliam suas vidas na nota de 1 a 10
- Objetivo, medido pelo grau do envolvimento com atividades diárias significativas
- Prazer diário, medido conforme os relatos de pessoas sobre quantas vezes se sentiram alegres, riram ou sorriram nas últimas 24 horas
Segundo Buettner, Singapura simboliza a felicidade da satisfação com a vida. Sendo o país com maior índice de felicidade da Ásia, as pessoas em Singapura, segundo ele, “gostam de um caminho claro e fácil para o sucesso, não se importando com o trabalho árduo.” Eles preferem a segurança a ser livre e dão prioridade a valores conservadores.” Na Dinamarca, as pessoas desfrutam de felicidade ao ter um propósito:
“Na Dinamarca, as pessoas possuem mais propósito do que em qualquer outra região. Seus cuidados de saúde, segurança social e educação são garantidos. Eles têm possuem quase todas as necessidades atendidas, não necessitando serem consumistas. Esse fator faz com que as pessoas trabalhem com o que de fato gostam. Os dinamarqueses trabalham durante 37 horas por semana, pertencentes a clubes e conseguem seguir suas paixões, além de aproveitarem suas qualidades.”
Em um estudo de 80 anos de Stanford chamado The Longevity Project, ter um propósito e ser produtivo, promoveu a longevidade. Aristóteles também chamou de “bem-estar eudaimônico”, um tipo de felicidade resultante de esforços que promovem um senso mais profundo de propósito, significado de vida ou autoatualização.
Isso pode incluir sua carreira, vida familiar e até atividades como culinária, por exemplo. Além disso, segundo algumas pesquisas, pessoas cuja felicidade provém de fontes eudaimônicas têm perfis de expressão genética favoráveis. Na Costa Rica, as pessoas têm como prioridade a diversão diária:
“É verde, com um acesso fácil à natureza e um sentimento de igualdade, porque todos têm as suas necessidades básicas satisfeitas. Eles tem como prioridade a interação social e quase não fazem hora extra se for para perder uma festa. Eles também priorizam a família, os domingos são passados com a família em almoços longos. Eles também são religiosos, e pesquisas mostram que pessoas religiosas/espirituais são propensas a uma maior felicidade.”
Comunidades com esses recursos ajudam na promoção de felicidade e longevidade
Você ainda pode ser feliz, mesmo que não viva em um dos lugares considerados como sendo um dos mais felizes do mundo. Segundo Buettner, comunidades projetadas com certas métricas em mente podem promover longevidade e bem-estar. Isso inclui o acesso a alimentos saudáveis em mercados agrícolas e a um ambiente limpo, além de políticos, polícias e vizinhos de confiança.
As ruas e calçadas seguras que promovem uma atividade física e conexões sociais, além do acesso à natureza, também são importantes. Na verdade, o contato com natureza pode trazer melhoras para o bem-estar, trazendo benefícios como:
- Redução de estresse
- Relaxamento
- Emoções positivas e negativas
- Sentimento de estar completo
- Transcendência
Buettner também mencionou o envolvimento cívico, ou a participação ativa na administração da cidade para proporcionar melhoras na qualidade de vida, o acesso regular e acessível a serviços de cuidados dentários, priorização à locomoção de pedestres no lugar de carros, trazendo uma comunidade mais feliz. Buettner observou nos EUA, que as cidades com líderes governamentais que traziam qualidade de vida no lugar de um desenvolvimento descontrolado tendem a ser mais felizes.
Além disso, as cidades que apresentam infraestruturas para ciclistas e pedestres tendem a ser mais felizes, além de ter mais acesso a parques e espaços verdes, contribuindo para a felicidade geral dos residentes. Além disso, reduzir o consumo de fast food e outros alimentos gordurosos e fazer com que as frutas e vegetais sejam mais acessíveis é outro fator responsável por trazer mais felicidade.
Felicidade e longevidade estão sempre juntos
É possível ter um bom estado de espírito, um bom humor, alegria, felicidade, energia, energia e outras qualidades positivas, que, juntos com a satisfação com a vida, a esperança, otimismo e o senso de humor, aumentam a longevidade.
Resumindo, níveis mais elevados de felicidade trazem uma esperança de vida mais duradoura. Em um estudo realizado com 6.073 idosos, a felicidade foi associada a uma mortalidade reduzida. Fatores de saúde psicológica, como a depressão e pontuações em saúde mental, foram os mais importantes (60%) para explicar a relação de felicidade e uma vida mais duradoura.
Os fatores de saúde física também possuem sua função (33%) no modo como a felicidade ajuda contra a morte precoce. Esse efeito foi parecido com outros fatores como idade, apoio de outras pessoas e escolhas de estilo de vida. Além disso, segundo Buettner:
“Saúde e felicidade estão sempre juntos. Os 2 não podem ser separados, e um não existe um sem o outro. Caso esteja entre os 20% das pessoas mais felizes, você vive cerca de 8 anos a mais que as pessoas mais tristes. Uma verdadeira estratégia para uma vida mais longa é ser mais feliz.
Nas regiões das zonas azuis, onde as pessoas vivem vidas mais longas e saudáveis, elas tendem a ser felizes. Seu ambiente e cultura estimularam os residentes a terem comportamentos positivos que aumentam a felicidade.”
Pessoas mais felizes tendem sofrer menos com resfriados e gripes. Os pesquisadores avaliaram cerca de 300 pessoas quanto ao seu estilo emocional, incluindo a avaliação da frequência com que experimentavam emoções positivas, como felicidade, prazer e relaxamento, além de emoções negativas, como ansiedade, hostilidade e depressão. Os participantes foram expostos a resfriado através de gotículas nasais.
Em ambos os vírus, os participantes que apresentavam uma maior felicidade, tiveram um menor risco de adquirir o resfriado. Para ser mais exato, 1/3 das pessoas com estilo emocional negativo (NES) contraiu resfriado, enquanto apenas 1 em cada 5 pessoas com estilo emocional positivo (PES) ficaram doentes. Os pesquisadores observaram:
Apesar de o PES estar associado a níveis mais baixos de hormônios endócrinos e a melhores práticas de saúde, essas diferenças não podiam explicar os diferentes riscos de doença… A tendência para experimentar emoções positivas estava associada a uma maior resistência a constipações. O PES também foi associado com uma menor incidência de sintomas infundados e o NES à] mais sintomas.”
Em outro estudo, quase 200 voluntários tiveram seus estilos emocionais analisados e foram expostos ao vírus da constipação ou da gripe. Os indivíduos que apresentavam um estilo emocional positivo, além de serem menos propensos a doenças, também relataram apresentar menos sintomas. “Esses resultados indicam que o PES pode ter uma função ainda mais importante na saúde,” segundo os investigadores.
O que fazer para ser mais feliz?
Segundo Buettner, até 50% da felicidade pode ser controlada por cada indivíduo, enquanto o restante é por um conjunto de genes e sorte. Ou seja, existem muitas coisas que podem ser feitas para ser mais feliz. Quando questionado sobre o que fazer para ser mais feliz, Buettner sugeriu:
“Faça um amigo feliz, essa é uma das melhores coisas que podem ser feitas. Sua felicidade pode aumentar cerca de 15%. E seja voluntário, mesmo que pense não ter tempo. Pessoas que retribuem são mais felizes. Além disso, tente sempre dormir sempre cerca de 7 a 8 horas por noite. Pessoas que dormem cerca de 6 horas por noite são 30% menos felizes do que as que dormem mais.”
Pessoas que dormem bem também ficam mais propensas a serem satisfeitas com a vida, mesmo após controlar outros fatores como a personalidade. “À medida que muitas sociedades se tornam mais competitivas e com foco no ganho de dinheiro, o sono vai sendo considerado uma perda de tempo. O sono se sacrificado pode criar um ciclo vicioso, fazendo com que o mundo pareça uma competição, agravando a incidência de estresse,” escreveram os investigadores em Frontiers in Psychology, acrescentando:
“O que faz a vida ser boa? Muitas pessoas nos dias atuais podem colocar certas prioridades acima de ter um sono bom, como, por exemplo, uma renda elevada. No entanto, segundo o nosso estudo, essa rotina diária discreta não só restaura o corpo, mas também eleva a visão da mente sobre a vida.”
Conversas saudáveis com as pessoas ao seu redor também leva a felicidade. Em um estudo, uma conversa não produtiva foi definida como “conversa descontraída de natureza banal,” onde eram trocadas apenas informações não necessárias. Uma conversa saudável foi definida como uma conversa que traz informações significativas.
Comparados com os participantes que apresentavam maior infelicidade, os que eram mais felizes passaram 25% menos tempo sozinhos e 70% mais tempo conversando. No entanto, enquanto conversavam, tiveram 1/3 de conversa não produtiva e o dobro de conversas saudáveis. Pode ser que as conversas mais profundas sejam a chave para uma maior felicidade:
“As descobertas demonstram que a vida feliz é social e não solitária, além de ser profunda… Por um lado, o bem-estar pode ser antecedente a interações substanciais. Pessoas felizes podem estão muitas vezes ligadas ao social, que facilitam encontros mais profundos.
Por outro lado, conversas profundas podem ser responsáveis por uma maior felicidade. Assim como a auto-revelação pode trazer uma sensação de intimidade, conversas profundas podem trazer uma sensação de significado nas interações. Portanto, nossos resultados trazem a possibilidade de que a felicidade pode ser maior com conversas substanciais.”
Sendo assim, reforçar suas relações sociais, e nutrir aquelas que proporcionam conversas profundas e significativas, terá resultados em termos de felicidade, mas abordar outros elementos, como vida financeira, produtividade e propósito, também é fundamental para uma vida equilibrada e alegre.
Fonte: mercola