📝RESUMO DA MATÉRIA

  • Os ocidentais estão se atualizando e prestando atenção nas algas kelp, aclamando-as como o próximo superalimento.
  • O fucoidano, um poderoso polissacarídeo encontrado em algas marinhas kelp e em alguns tipos de algas marinhas, foi identificado por fornecer efeitos antienvelhecimento e de reforço imunológico.
  • As potentes propriedades antivirais das algas marinhas também foram comprovadas por vários estudos.Um estudo descobriu que as algas marinhas podem inibir os vírus herpes simplex tipos 1 e 2, com toxicidade muito baixa para outras células.
  • Você pode consumir kelp e a maioria das variedades de algas marinhas cruas, cozidas e adicionadas aos alimentos ou servidas como acompanhamento ou salada, ou picadas em pedaços e usadas como cobertura em suas refeições.
  • Porém, seja cuidadoso com as porções, pois a maioria das algas marinhas contém ácidos graxos poli-insaturados (PUFAs), incluindo ácido linoleico, que é prejudicial à saúde em quantidades excessivas.Limite o consumo de LA a 5 gramas, ou melhor ainda, 2 gramas por dia para proteger sua saúde.

🩺Por Dr. Mercola

Nas casas asiáticos, as algas marinhas são parte integrante das refeições diárias.Elas são adicionadas às sopas, usadas como ingrediente de saladas, servidas como acompanhamento e até consumidas secas como um lanche crocante.No Japão, cerca de 21 tipos de algas marinhas são usados na culinária, seis dos quais têm sido utilizados desde o século VIII.

As algas marinhas não são apenas versáteis e deliciosas, mas também saudáveis.E a boa notícia é que os ocidentais estão se atualizando e prestando atenção nesta iguaria marinha, aclamando-a como o próximo superalimento.

As algas marinhas estão ganhando destaque como o próximo superalimento

Dados da empresa de pesquisa de mercado Mintel afirmam que a alga marinha kelp pode ser o próximo superalimento em ascensão.De acordo com um artigo do Food Navigator, os dados da empresa, que foram adquiridos por meio da ferramenta Ingredientscape AI, indicaram que a prevalência de algas marinhas kelp em novos produtos na Europa aumentou de 2005 a 2023, e eles “esperam que o número de lançamentos de produtos contendo kelp cresça ainda mais no próximo ano”.

Emma Schofield, diretora associada da Ciência Alimentar Global na Mintel, diz que os para a saúde e a sustentabilidade que as algas marinhas kelp oferecem são as principais razões pelas quais existe um interesse crescente pelas algas hoje em dia.No artigo do Food Navigator, ela comenta:

“As algas marinhas já ganharam popularidade na culinária ocidental à medida que chefs e fabricantes de alimentos exploram seus sabores únicos e valor nutricional.As marcas de alimentos e têm potencial para explorar mais opções com o kelp.

Por exemplo, na categoria de lanches, criar chips crocantes com infusão de algas marinhas ou misturar algas marinhas em itens já populares, como biscoitos ou pipoca.Os fabricantes podem tornar as algas marinhas mais acessíveis aos consumidores e aumentar a sua , apresentando-as em formatos familiares”.

Schofield também menciona que o interesse crescente pelo kelp pode levar os fabricantes europeus de alimentos a mudar a forma como eles obtêm os seus produtos.Em vez de depender das importações de algas marinhas de países como a China e a Coreia, os europeus podem considerar desenvolver o mercado para algas marinhas produzidas localmente.

Kelp e outras algas marinhas são ricas em nutrientes

O kelp é uma variedade de algas marinhas que cresce em vastos leitos marinhos em regiões costeiras de todo o mundo.Ele também é chamado de algas pardas (phaeophyta) e prospera sobretudo em águas frias e ricas em nutrientes.De acordo com o World Resources Institute:

“É comum serem descritas como uma espécie fundamental, as algas kelp criam habitats semelhantes a florestas, promovendo enormes e diversas quantidades de vida, incluindo caracóis marinhos, estrelas quebradiças, lagostas, várias espécies de peixes, focas, lontras marinhas e muito mais.

As florestas kelp são encontradas ao longo de 25% a 30% das linhas costeiras do mundo, tornando-as os ecossistemas com vegetação marinha mais extensos do mundo.A maioria das espécies são de água fria e podem ser encontradas em áreas temperadas, árticas e subantárticas.Algumas das maiores florestas estão localizadas ao longo das costas da Califórnia e do noroeste do Pacífico, incluindo o Canadá e o Alasca”.

O kelp foi apelidado de superalimento marinho, e o Food Navigator relata que seus potenciais benefícios à saúde poderão “atrair o interesse de consumidores preocupados com o bem-estar”, levando a indústria alimentícia a incorporá-lo em seus produtos.

Na verdade, o kelp e outros tipos de algas marinhas – , kombu e wakame, para citar alguns – são diversos de forma nutricional, oferecendo uma ampla gama de nutrientes que podem proporcionar benefícios para todo o corpo.De acordo com um relatório publicado na revista Marine Drugs, as algas marinhas oferecem:

Vitaminas A, C, D, E e K

Minerais essenciais como cálcio, ferro, iodo, magnésio, fósforo, potássio, zinco, cobre, manganês e selênio

Vitaminas B (B1, B2, B9 e B12)

Proteínas e aminoácidos essenciais

Polifenóis anti-inflamatórios

Fibras alimentares

As algas marinhas também são ricas em arginina, glicina, alanina e ácido glutâmico e contêm todos os aminoácidos essenciais. Elas possuem fibras alimentarem, essenciais para a saúde digestiva. O ferro das algas marinhas ajuda na formação saudável do sangue e pode prevenir a anemia, enquanto os polifenóis ajudam a combater os radicais livres. Essas funções ajudam a garantir o crescimento de ossos fortes e a função muscular ideal.

“O consumo de algas kelp tem sido associado à melhoria dos receptores sensoriais, promovendo vasos sanguíneos saudáveis, auxiliando na digestão e no controle de peso e até mesmo reduzindo a queda de cabelo”, relata Food Navigator. Apenas esteja atento às suas porções se você já tiver níveis altos de ferro.

As algas marinhas desempenham um papel na vida dos centenários japoneses

O Japão tem uma das maiores populações centenárias, com 92.139 pessoas registradas até setembro de 2023. A maioria delas vive em Okinawa, uma ilha que foi apelidada de “Zona Azul” da longevidade.

Embora muitos fatores contribuam para suas vidas longas, como viver sem estresse e apreciar os prazeres do dia-a-dia, um aspecto específico que tem sido considerado é a sua dieta nutritiva composta por ingredientes locais e frescos, com algas marinhas como um dos componentes fundamentais.

Em particular, foi identificado que o fucoidano, um poderoso polissacarídeo encontrado em alguns tipos de algas marinhas, incluindo o kelp, proporcionam efeitos antienvelhecimento e de reforço imunológico.Os fucoidanos representam 25% a 30% do peso seco das algas marinhas, dependendo do tipo e da estação.Segundo o estudo da Marine Drugs, eles apresentam atividades biológicas como:

Antibacteriano

Antiviral

Anti-inflamatório

Anticoagulante

Antitrombótico

Antidiabético

Procoagulante

Anticancerígeno

As algas marinhas podem ter potentes capacidades antivirais

As potentes propriedades antivirais das algas marinhas também foram demonstradas em vários estudos. Um estudo que utilizou extratos de seis espécies de algas pardas de Hong Kong descobriu que elas inibiam os vírus herpes simplex tipos 1 e 2, com toxicidade muito baixa para outras células. Outro estudo descobriu que os polissacarídeos de algas vermelhas e pardas preveniram a replicação viral do vírus da hepatite C.

Em 2020, um estudo descobriu que os extratos de algas marinhas apresentavam resultados promissores contra o SARS-CoV-2. Pesquisadores do Centro de Biotecnologia e Estudos Interdisciplinares (CBIS) do Rensselaer Polytechnic Institute afirmaram que os extratos usaram uma técnica de efeito isca, que tem se mostrado eficaz contra outros vírus como Zika, dengue e influenza A.

O que mais as algas marinhas podem fazer por você?

O status de superalimento das algas marinhas é ainda mais apoiado pelas suas muitas vantagens potenciais para a saúde humana, além da sua sustentabilidade. Ela é regenerativa – não requer herbicidas, pesticidas, rações, irrigação ou terra para crescer, o que a torna uma das melhores culturas com zero insumos da atualidade.

Você pode consumir kelp e a maioria das variedades de algas marinhas cruas, cozidas e adicionadas aos alimentos ou servidas como acompanhamento ou salada, ou picadas em pedaços e usadas como cobertura em suas refeições. Suplementos de kelp também estão disponíveis hoje em dia. Seja qual for a forma que você escolher, aqui estão mais benefícios potenciais que você pode obter deste vegetal marinho:

•Pode ajudar a diminuir o risco de eventos cardiovasculares – Um estudo encontrou uma associação inversa entre o consumo de algas marinhas e o risco total de AVC entre homens japoneses. Outro estudo observou que o teor de polifenóis das algas marinhas pode ser a razão dos seus benefícios cardioprotetores.

•Promove a saúde da tireoide – A deficiência de iodo é uma preocupação crescente hoje em dia, o que pode representar um problema, pois esse nutriente é essencial para a produção adequada dos hormônios tireoidianos.

Você não pode produzir iodo em seu corpo; você precisa obtê-lo dos alimentos que ingere. O kelp é uma das principais fontes de iodo e apenas uma pequena quantidade pode ajudá-lo a atingir as quantidades diárias recomendadas.

No entanto, lembre-se de que você só precisa de pequenas doses de iodo. Você precisa equilibrar seus níveis, pois tanto em excesso quanto a deficiência pode causar hipo ou hipertireoidismo.

•Pode ajudar a controlar o diabetes — O ácido algínico das algas marinhas é conhecido pelos seus efeitos positivos na diabetes e na coagulação sanguínea. Um estudo de 2011 descobriu que o kombu tem efeitos anti-hiperglicêmicos que podem ajudar a reduzir o risco de obesidade e diabetes.

•Pode ajudar a promover a saúde do cérebro – O ácido glutâmico contido na dulse, que se transforma em glutamato no corpo, é essencial para o sistema nervoso e pode influenciar de forma positiva a memória, o aprendizado, a cognição e a função normal do cérebro.

Astaxantina – Outro superalimento marinho

Macroalgas como algas marinhas podem oferecer benefícios impressionantes, no entanto, não perca também os benefícios das microalgas. Em particular, a microalga verde Haematococcus pluvialis contém o potente carotenóide astaxantina, que pode trazer enormes vantagens para a saúde.

A astaxantina fornece proteção contra espécies reativas de oxigênio e oxidação, que desempenham um papel no envelhecimento, doenças cardiovasculares, doença de Alzheimer e doença de Parkinson. A Science Direct refere-se a ela como a “rainha dos antioxidantes”, pois pode ser mais potente em comparação com outros antioxidantes como vitamina A, vitamina E e licopeno. Embora esteja relacionada ao beta-caroteno, luteína e cantaxantina, ela possui uma molecular única que a diferencia de outros carotenóides.

A astaxantina está disponível em forma de suplemento. Se você decidir experimentar, recomendo começar com 4 mg por dia e aumentar até cerca de 8 mg por dia – ou mais se você for atleta ou sofrer de inflamação crônica. Tomar este suplemento com uma pequena quantidade de gordura saudável, como manteiga ou ovos orgânicos de pasto, otimizará sua absorção.

Os benefícios da astaxantina para todo o corpo são impressionantes, e é por isso que este é um dos principais antioxidantes que recomendo que você consuma em maior quantidade.

Algumas considerações antes de aumentar o consumo de kelp e outras algas marinhas

Voltando ao kelp e outras algas marinhas – embora os benefícios sejam promissores, lembre-se que você deve estar ciente de que elas contêm certos ingredientes que, se consumidos em quantidades excessivas, podem ter repercussões na saúde.

Por exemplo, a maioria das algas marinhas contém ácidos graxos poli-insaturados (PUFAs), incluindo ácido linoleico, que pode ser prejudicial à saúde em quantidades excessivas. Acredito que seja melhor limitar o consumo de LA a 5 gramas, ou melhor ainda, 2 gramas por dia para proteger sua saúde.

As algas marinhas também contêm quantidades de flúor, que é conhecido como neurotoxina e pode levar a problemas no desenvolvimento de bebês e crianças pequenas, incluindo dificuldades mentais e redução do QI.

Se você consumir apenas pequenas quantidades de algas marinhas, no entanto, as quantidades serão muito pequenas para produzir qualquer efeito drástico e duradouro. Para monitorar sua ingestão, recomendo usar uma ferramenta como o Cronometer, para que você possa ficar de olho na quantidade de LA que está consumindo com seus alimentos. O Cronometer também fornece informações sobre outros ingredientes, como o flúor, em seus alimentos. Eu recomendo usar o site para desktop, pois o aplicativo não mostra a lista completa de nutrientes.

Além disso, recomendo ser criterioso em suas escolhas de algas marinhas. Você pode ficar tentado a consumir produtos como folhas secas de algas marinhas, por exemplo, mas elas podem ser temperadas com aromas artificiais e óleos vegetais como óleo de gergelim, que pode aumentar sua carga de LA. Sempre que possível, opte por produtos de kelp e algas marinhas simples e sem tempero.

Variedades de algas vermelhas (Eucheuma, Chondrus, Hypnea e Gigartina) também contêm carragenina. Na sua forma natural, a carragenina tem valor nutricional e foi observada como tendo potencial anticancerígeno. Porém, esse hidrocolóide, quando utilizado no processamento de alimentos, passa por um extenso processo de tratamento e extração que altera sua química, transformando-o em um ingrediente sintético ultraprocessado.

Como resultado, a carragenina em produtos alimenticios tem sido associada a certos efeitos adversos, tais como distúrbios gastrointestinais e formação de tumores em estudos com animais, devido ao seu potencial para desencadear vias inflamatórias. É provável que a carragenina natural das algas frescas não causaria nenhum dano, mas fique atento à versão sintética – ela é encontrada sobretudo em alimentos processados, como laticínios pasteurizados, frios e sopas enlatadas.