📝RESUMO DA MATÉRIA
- Há dois tipos de salsinha, a francesa, de folha mais irregular, e a italiana, cujas folhas são planas e lisas. Ambas costumam ir para o lixo após decorar um prato, embora sejam poderosas fontes nutricionais
- A salsinha é muito utilizada como ingrediente no oriente médio e Europa, embora ainda não apareça tão comumente em culturas ocidentais. Rica em potássio, folato e magnésio, a erva também é fonte das vitaminas A, C e K
- A salsinha é rica em luteolina, que é anti-inflamatória e neuroprotetora, auxiliando na saúde mental, além de ter uma poderosa ação antioxidante. Outro flavonoide que melhora a consolidação da memória e ajuda a retardar o crescimento do câncer é a apigenina. Os flavonoides também possuem propriedades anti-inflamatórias, anti-tumores e antimicrobianas
- Você pode cultivar a salsinha em vasos de plantas dentro de casa. Mantenha a terra úmida e use vasos com boa drenagem. A salsinha adora o sol, como as petúnias e outras ervas. O corte na hora de colher deve ser perto da terra, o que permitirá que ela cresça novamente
🩺Por Dr. Mercola
A salsinha é um ingrediente muito usado na Europa e oriente médio, além de ser usada como enfeite para pratos em culturas ocidentais. Essa erva saborosa tem vários benefícios nutricionais, mas acaba indo para o lixo em vez de ser consumida. A salsinha vem em duas variedades diferentes.
Salsa de folha plana (Petroselinum crispum neapolitanum), também conhecida como salsa italiana, e a salsa de folha curva (Petroselinum crispum), que costuma ser chamada de salsa francesa.
Você encontrará muito sabor e nutrientes em ambas as variedades. É seu paladar que decidirá se qual você utilizará para cozinhar ou fazer salada. O sabor depende muito das condições de plantio e época de colheita, de modo que é muito importante provar a planta antes de usar.
Considere como a textura de cada uma afeta o prato que você pretende fazer, mas elas geralmente são intercambiáveis. Ervas como endro e erva-doce estão na mesma família da salsinha, junto com a cenoura e o salsão.
Graças à sua propensão a crescer em rochas e paredões, o nome dessa erva vem de uma palavra grega que significa “aipo-rocha”. A planta tem uma tradição de muito tempo, tanto na medicina com ervas quanto na culinária. Gestantes não devem consumir a salsinha, pois ela pode prejudicar a gestação. Por outro lado, ela pode ajudar a aliviar dores menstruais.
Salsinha: muito mais do que um simples enfeite para pratos
Emily Horton, autora de artigos sobre alimentos, descreveu no The Washington Post os usos da salsinha da seguinte forma:
“O sabor levemente amargo de pinho da salsinha assume tons mais brilhantes e arredondados, fazendo dela uma grande opção de tempero primário. Ela também unifica muito bem outros ingredientes com mais presença, garantindo a harmonia e o equilíbrio do prato.
A salsinha permite que o conjunto da obra brilhe mais, embora sua atuação seja mais modesta. A sálvia, tomilho, manjerona, estragão, certamente não alecrim, e nem mesmo o manso e adorável cerefólio podem ser descritos da mesma forma.”
Por outro lado, os benefícios de saúde associados a essa erva rica em nutrientes não são nada modestos. Despretensiosa, essa erva verde faz muito bem para a saúde, pois é rica em magnésio, vitamina A, C e K.
- Vitamina A — A salsinha tem 16 microgramas (µg) de vitamina A em apenas uma colher de sopa. Melhorando o sistema imunológico, reprodução e a visão, a vitamina A é crucial para a saúde. Respectivamente, homens e mulheres precisam de 900 e 700 mg de vitamina A
Melão, manga, fígado bovino e laticínios de animais terminados a pasto como leite, queijo e ovos são todas boas fontes de Vitamina A. E a suplementação dessa vitamina pode causar hipervitaminose, pois seu corpo estoca o excesso, uma vez que ela é solúvel em gordura.
- Vitamina K — A salsinha tem 62,3 µg de vitamina K por colher de sopa picada, o que quase dá conta da ingestão diária de 75 µg. A ingestão diária é o valor que utilizamos para garantir que estamos consumindo o suficiente de um nutriente. Como ela controla a coagulação do sangue e fortalece a saúde dos ossos, a vitamina K é muito importante na cadeia bioquímica.
Quebrada rapidamente e excretada na urina e nas fezes, a vitamina K passa rapidamente pelo corpo. Ela dificilmente atinge níveis tóxicos no corpo, ao contrário das vitaminas solúveis em gordura.
- Folato — Melhor absorvido de alimentos integrais do que de alimentos processados enriquecidos com vitaminas, essa é a forma natural da vitamina B9. Ele está envolvido no metabolismo das proteínas, bem como na formação do DNA e RNA. Crucial durante a gravidez, o corpo o utiliza para criar glóbulos vermelhos saudáveis.
· Potássio – Com 21,1 mg de potássio para 2,13 mg de sódio, a salsinha tem um equilíbrio potássio-sódio saudável. Utilizado por quase todos os tecidos corporais na manutenção de níveis normais de fluidos, esse mineral é essencial para a saúde. O potássio e o sódio trabalham juntos, um atuando dentro da célula e o outro do lado de fora. O corpo também utiliza o potássio para promover a contração muscular e normalizar a pressão.
- Cálcio — A regulação do ritmo cardíaco, função nervosa, coagulação do sangue e contração dos músculos são todas funções que envolvem esse importante mineral. Os ossos e dentes saudáveis ficam com quase 99% do cálcio do corpo. O seu corpo sinalizará aos ossos para liberar cálcio caso você não consuma alimentos suficientes com cálcio e os níveis no sangue baixem muito.
A poderosa função antioxidante da salsinha
Combatendo as espécies reativas de oxigênio (ROS) e os radicais livres que podem prejudicar seu corpo quando os níveis ficam muito altos, os antioxidantes têm uma função crucial na saúde. Seja para seres humanos, plantas ou animais, os antioxidantes são essenciais para que haja vida. A preservação da sua saúde pode depender da ingestão adequada. Os seguintes antioxidantes podem ser encontrados na salsinha:
- Luteolina — Reduzindo a confusão mental, a luteolina se mostrou muito importante para a saúde mental. A medicina tradicional privilegia plantas ricas em antioxidantes no tratamento de inflamação, pressão alta e até câncer.
Pesquisadores acreditam que a luteolina pode desempenhar um papel no tratamento de distúrbios neurodegenerativos relacionados à idade, e dados já confirmaram que suas propriedades anti-inflamatórias atuam como um agente neuroprotetor.
As propriedades anticancerígenas da luteolina estão associadas à promoção da apoptose, à inibição da proliferação celular e da angiogênese. Ela sensibiliza as células cancerígenas à citotoxicidade, tornando-a uma opção de agente anticancerígeno, dizem os pesquisadores.
- Apigenina — O tratamento com esse flavonoide inibe a CD38 e promove um aumento nos níveis intracelulares de NAD+, além de diminuir a progressão do câncer. Inibir a CD38 faz os níveis de NAD+ aumentarem, já que a CD38 é a principal enzima que reduz os níveis de NAD+.
A função cerebral, aprendizado e consolidação da memória são todas aprimoradas pela apigenina. “Os pesquisadores acreditam que a apigenina pode ser usada como uma estratégia de diferenciação neuronal em laboratório e abordagem alternativa em tratamentos futuros para doenças neurodegenerativas”, disseram os próprios pesquisadores em um comunicado de imprensa.
- Caroteno — O corpo pode usar converter o beta-caroteno em vitamina A. Uma colher de sopa de salsinha contém 192 µg de beta-caroteno. Assim como a vitamina é armazenada no corpo e solúvel em gordura, também é o beta-caroteno. Ele também é antioxidante. Evidências comprovam que os antioxidantes podem baixar o risco de câncer e doenças cardíacas, além de auxiliar as membranas mucosas e melhorar o sistema imunológico.
Apesar disso, consumir suplementação de antioxidantes pode fazer com que você tenha beta-caroteno em excesso no seu organismo. Frutas e vegetais de cor amarela e laranja são os alimentos mais ricos nesse nutriente. A suplementação de beta-caroteno interage com estatinas, colestiramina, orlistato, uso excessivo de álcool e óleos minerais, aumenta a sensibilidade ao sol e pode causar danos ao fígado.
- Flavonas — Essa subclasse dos flavonoides está muito presente na salsinha. Há cerca de 1350 mg de flavonas em 100 gramas de folhas de salsa seca. Com suas propriedades anti-inflamatórias, antimicrobianas e anti-tumorais, as catequinas também são poderosos antioxidantes.
A vitamina C e o magnésio são essenciais para a sua saúde
Em uma colher de sopa de salsinha, você encontra 1,9 mg de magnésio e 5,05 mg de vitamina C. Uma xícara de salsinha contém 30 mg de magnésio e 79,8 mg de vitamina C. Uma saúde otimizada depende diretamente de ambos os nutrientes.
A vitamina C, mesmo em baixas quantidades, ajuda a proteger as proteínas, lipídios e DNA e RNA de ROS gerados durante o metabolismo normal. Um poderoso antioxidante, a vitamina C protege contra vírus e fortalece a imunidade celular. O risco de doenças neurodegenerativas pode ser diminuído pelas propriedades dos antioxidantes.
Importante para a ativação da vitamina D, a salsinha melhora sua ingestão de magnésio. Ansiedade, problemas cardíacos, depressão, osteoporose, dores de cabeça e várias outras condições podem ser agravadas pela deficiência de magnésio. A estimativa mais conservadora é que metade da população dos Estados Unidos sofre de deficiência de magnésio.
A saúde muscular, óssea, cardiovascular e renal dependem do magnesio. Esse número alarmante tem como principal causa, naturalmente, a prevalência de alimentos processados na dieta dos americanos. Produtos lácteos de animais terminados a pasto, abacate, amoras e espinafre são todos ricos em magnésio.
O treonato de magnésio é minha preferência pessoal para suplementação oral, pois ele parece ser o mais eficiente em penetrar nas membranas celulares, incluindo suas mitocôndrias e barreira hematoencefálica. Confira outras formas de aumentar seus níveis de magnésio:
- Tomar banhos com sais de Epsom (sulfato de magnésio), para que o magnésio seja absorvido pela pele.
- Utilize uma solução tópica — prepare uma solução supersaturada de sal Epsom, dissolvendo sete colheres de sopa de sal em 200 ml de água e aquecendo até que o sal se dissolva por completo. Coloque a solução em um frasco conta-gotas, aplique na pele e esfregue folas frescas de aloe vera para dissolver.
Permitindo que você receba dosagens mais altas sem se preocupar com os efeitos laxantes, esta é uma forma fácil e barata de aumentar seus níveis de magnésio.
Cultivar salsinha não depende de você ter um jardim
A salsinha pode ser cultivada por dois anos, pois é uma planta bienal. Porém, ela tende a ficar mais amarga e dura no segundo ano de cultivo. Ela não tolera invernos muito rigorosos, então é cultivada como uma planta anual no hemisfério norte. Uma boa companhia para outras plantas anuais, perenes e ervas, a salsinha cresce até 30 cm de altura.
Você pode cultivar salsinha ao ar livre em recipientes no jardim ou dentro de casa, segundo o programa de extensão da Universidade de Minnesota. Você pode combinar a salsinha com suas flores cultivadas ao ar livre. A cor escura faz um contraste marcante com amores-perfeitos e petúnias. A salsa se dá melhor em uma área ensolarada com cerca de seis horas de luz solar direta por dia, como as petúnias e a maioria das ervas.
Considere mergulhar suas sementes em água morna por 24 horas antes de plantar para acelerar a germinação. Caso você esteja plantando dentro de casa em um local claro, as sementes podem ser semeadas diretamente no solo após o perigo da geada da primavera ter passado ou a qualquer momento durante todo o ano.
Não deixe as plantas secarem entre as regas para garantir que as raízes tenham água suficiente durante o crescimento. Além disso, use vasos tenham com orifícios no fundo para uma boa drenagem. Cortar sua salsinha próximo à terra é o suficiente para ela continuar crescendo. A planta não crescerá muito se você cortá-la muito em cima.
Você sempre encontrará a melhor qualidade e sabor na salsinha. Você teria que usar mais salsinha ressecada ou congelada para conseguir o mesmo resultado. Quando for ressecar ou congelar, guarde em um recipiente hermético e não guarde por mais de um ano.
Fonte: mercola