– O Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), afirmou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está atento à alta inflacionária dos alimentos e buscará alternativas junto ao setor produtivo para conter os preços nas prateleiras. Porém, segundo o ministro, uma decisão deve ser tomada somente após o Carnaval.
Fávaro reconheceu que a inflação de alimentos é um fenômeno global, que tem impactado países ao redor do mundo e afetado a popularidade de chefes de Estado. “É importante dizer que a inflação de alimentos é inflação global. Está acontecendo no mundo todo, e derruba a popularidade de governos em vários países. O Brasil se tornou o grande supermercado do mundo”, disse ele em entrevista ao programa Bom Dia Cidade, da Rádio 104 FM de Rondonópolis.
O ministro também destacou a importância do Plano Safra, que foi temporariamente suspenso e posteriormente retomado, para apoiar os produtores no aumento da produção. No entanto, ele reconhece que outros fatores também estão contribuindo para a situação econômica do país, como a alta carga tributária e o aumento das taxas de juros.
Em relação ao cenário econômico atual, Fávaro afirmou que o governo está avaliando a possibilidade de aumentar a taxa de exportação de produtos como carne bovina, ovos, açúcar e café, como uma medida para reduzir os preços no mercado interno. Contudo, ele deixou claro que, caso essa medida seja adotada, colocará seu cargo à disposição.
O ministro defendeu ainda uma relação mais estreita entre o Governo e os produtores, acreditando que isso seria fundamental para reverter a situação econômica e a atual queda na popularidade do presidente. “Tenho certeza que se o Governo investir na agropecuária e estiver ao lado desses produtores, conseguiremos reverter a situação”, afirmou.
Fávaro também ressaltou os investimentos realizados pelo Governo Federal, especialmente por meio do Plano Safra, e minimizou as críticas direcionadas ao Congresso Nacional, que ainda não aprovou o orçamento de 2025. Atualmente, o Governo Federal segue operando com 1/12 do orçamento de 2024, devido à demora na aprovação do orçamento do ano seguinte.
Para lidar com a crise fiscal, o governo federal editou uma Medida Provisória que concede R$ 4 bilhões em financiamento para apoiar o setor até a aprovação do orçamento de 2025 pelo Congresso.
“Até que o Congresso vote o novo orçamento, a Medida Provisória tem efeito. Ela não extrapola o arcabouço fiscal, nem o teto de gastos. Quando o orçamento for aprovado, a medida perderá efeito e tudo voltará à normalidade”, finalizou Fávaro.
Fonte: odocumento