De acordo com a mais recente Pesquisa Industrial Anual (PIA) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os produtos da agroindústria continuam liderando a estrutura produtiva do setor industrial de Mato Grosso em 2023. As carnes de bovinos frescas ou refrigeradas se destacaram como principal produto industrial do estado, com receita líquida de vendas de R$ 23,43 bilhões.
O levantamento, que avalia dados estruturais das indústrias brasileiras, mostra ainda que subprodutos da extração do óleo de soja – como tortas, bagaços e farelos – ocuparam o segundo lugar no ranking mato-grossense, gerando R$ 20,31 bilhões. Já os adubos ou fertilizantes formulados com nitrogênio, fósforo e potássio (NPK) ficaram na terceira colocação, movimentando R$ 12,29 bilhões em receita.
Apesar da força produtiva, os indicadores financeiros do setor industrial do estado recuaram. A receita líquida de vendas totalizou R$ 149,27 bilhões, uma queda de 7,67% em comparação a 2022. O valor da transformação industrial também diminuiu, fechando em R$ 38,3 bilhões – retração de 6,45%.
Mesmo com o cenário de redução nos indicadores financeiros, o número de empresas industriais cresceu 25,91%, chegando a 3.941 unidades com cinco ou mais pessoas ocupadas. Esse avanço se refletiu também no mercado de trabalho, com 122.668 pessoas empregadas até 31 de dezembro, um aumento de 10,6% em relação ao ano anterior.
Na região Centro-Oeste, o estado teve participação de 26,8% no Valor da Transformação Industrial (VTI), ficando atrás apenas de Goiás (44,8%) e à frente de Mato Grosso do Sul (25,4%) e do Distrito Federal (3,0%).
Em nível nacional, São Paulo lidera o ranking do VTI com 34,4%, seguido por Rio de Janeiro (13,0%) e Minas Gerais (11,4%). A região Centro-Oeste, responsável por 6,1% do total, é marcada por plantas agroindustriais com forte uso de tecnologia e vocação exportadora, especialmente nos setores alimentício e de biocombustíveis.
Além da PIA-Empresa, a PIA-Produto apontou que, das vendas industriais de 2023 na região Centro-Oeste, 12,6% vieram de carnes bovinas, 8,5% de derivados da soja e 5,8% de fertilizantes NPK, representando juntos 26,9% da receita da região.
Fonte: cenariomt