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Cafeicultor de Colniza Triplica Renda do Sítio: Sucesso na Capital do Café em Mato Grosso

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A paixão pelo café começou ainda na infância em Rondônia ao ver os pés na propriedade de um vizinho. Desde muito novo, o produtor Fábio Viana de Oliveira já sabia que o leite, atividade com a qual seu pai trabalhava, não era o seu caminho e sim o cafezal. E, hoje, conseguiu triplicar a renda do sítio em Colniza.

A família do produtor se mudou para Colniza, cerca de 1.058 quilômetros de Cuiabá, no início dos anos 2000. Assim como em Rondônia, a produção de leite era a atividade desenvolvida pela família.

De bicicleta, conta Fábio ao Senar Transforma desta semana, ele ia de porta em porta entregar o leite nas casas, chegando a levar até 60 litros.

Mas, seu foco seguia com o café. Até que um dia seu pai liberou um espaço no sítio para que ele pudesse plantar os primeiros pés.

“Uma prima tinha um café abandonado, eu colhi e senti o gosto do café. Tirei um pedacinho e tentei fazer as mudas, porém não tinha experiência. Mas, consegui plantar dois mil pés. Foi um desafio muito grande”.

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Foto: Israel Baumann/Dia De Ajudar Mato Grosso

‘É preciso focar lá na frente’

Os desafios foram muitos, conforme Fábio, principalmente com as pessoas ao seu redor não acreditando que ele conseguiria.

“Não acreditavam. Eles falavam na minha presença que eu não ia conseguir mexer com aquilo, que era ilusão. [Quando conseguiu colher o café] foi alegria. Eu focava na frente. Eu tinha o café como um foco para eu crescer na vida”, diz ao programa do Dia de Ajudar Mato Grosso.

Com os resultados da primeira colheita, Fábio relembra que comprou um celular e coisas para poder se casar.

O casal, que selou a união com o resultado de uma safra, enxerga a cafeicultura como uma espécie de talismã da própria história. Foi com as rendas anuais do cafezal que o Fábio e a Apoliane conseguiram comprar a terra onde vivem e produzem hoje.

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Foto: Israel Baumann/Dia De Ajudar Mato Grosso

A trajetória de sucesso se tornou ainda mais promissora após o Sítio Esperança Viva começar a ser atendido pelo Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Senar Mato Grosso há pouco mais de três anos. Foi a primeira frente da ATeG com ênfase na cafeicultura em Mato Grosso.

“Melhorou muita coisa. Nós só sabíamos plantar. Não sabia de planejamento, não tinha anotação. Nós entramos no programa e hoje está tudo em dia com acompanhamento, análise de terra. A produtividade está aumentando. O café está diferente de quando eu não tinha acompanhamento”, frisa Fábio.

Gestão e planejamento são essenciais

Colniza é conhecida como a capital do café em Mato Grosso. Sozinho, o município é responsável por metade do café colhido no estado. Em 2024, mais de 100 mil sacas foram produzidas no município.

Natural da Bahia, a técnica de campo Crislaine Alves Ladeia foi convidada pelo Senar Mato Grosso para cuidar da primeira frente da ATeG Cafeicultura do estado no município. Quando chegou, comenta ela, se deparou com uma realidade diferente da que estava acostumada nos bancos da universidade.

“Os produtores mau sabiam o que era uma análise de solo, não sabiam quais adubos usar. Então tinha uma dificuldade muito grande em todos os parâmetros, em controle de pragas e doenças, em adubação. Eles estavam acostumados com o café comum. Quando cheguei aqui estava começando a introdução maior do café clonal”, lembra a profissional.

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Foto: Israel Baumann/Dia De Ajudar Mato Grosso

A realidade encontrada no Sítio Esperança Viva não era diferente dos demais produtores, contudo, a técnica de campo salienta que o casal “sempre foi mais à frente do que os outros produtores”, pois “eles são muito curiosos”.

“Cada proposta que fazíamos sempre foram muito receptivos às recomendações. Uma das primeiras aqui foi a análise de solo. E, com isso, fizemos um cronograma com o produtor do que ele precisava fazer todos os meses”.

Outro conselho foi quanto ao escalonamento, uma vez que o café é uma cultura demorada e que vai começar a produzir a partir do segundo ano.

“O produtor precisa ter um planejamento tanto de início de lavoura e de renovação quando a planta está com em torno de seis anos. O planejamento foi visando ele não ter nenhum ano que não tenha produção”.

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Foto: Israel Baumann/Dia De Ajudar Mato Grosso

Produção de café triplica com conhecimentos

Um a um os pés de café são colhidos no Sítio Esperança Viva. O trabalho manual demanda a contratação de parceiros.

Os grãos após colhidos vão para um espaço aberto no chão para poder secar, o que acaba reduzindo custos ao produtor, que não necessita contratar tal serviço, e agregando valor, visto a qualidade que proporcionada em relação à secagem em secador de fogo direto.

De acordo com a técnica de campo do Senar Mato Grosso, na safra 2022/23 o casal registrou 124 sacas de café e uma renda média bruta de R$ 66 mil, com uma lucratividade de R$ 44 mil.

Já na safra 2023/24 a produção subiu para 153 sacas e uma renda bruta de R$ 131 mil.

“Teve um aumento considerável, tanto na quantidade de saca quanto na renda bruta, e uma lucratividade de R$ 107 mil. Para a safra deste ano 2024/25 nós vamos ter uma manutenção, diante várias questões climáticas, talhões em renovação, em produção. A previsão de renda bruta é de R$ 180 mil, porque o café valorizou e em questão de lucratividade em torno de R$ 157 mil”, salienta Crislaine.

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Foto: Israel Baumann/Dia De Ajudar Mato Grosso

A satisfação do produtor com o retorno da atividade é reflexo dos avanços do manejo, no desempenho da lavoura e também na gestão do negócio.

O controle fica sob a responsabilidade da Apoliane. É ela quem mantém em dia todas as orientações recebidas da técnica do Senar Mato Grosso e destaca o tamanho da transformação que a assistência gerencial proporcionou ao sítio.

“Antes não existia gestão. Não tínhamos noção do que era gestão. A gente aprendeu até como anotar no caderno. O bom é que todo mês a gente está dando uma verificada, relembrando”, pontua Apoliane Cristina da Silva Oliveira,

Dos quase 12 mil pés de cafés cultivados na propriedade, 4,2 mil pés vão render frutos nesta safra. Os demais estão em formação.

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Fonte: canalrural

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