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Brics buscam liderança em avanços de inteligência artificial com união

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O fortalecimento da cooperação entre os países do Brics — bloco composto por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e outros membros — foi tema central do seminário Diálogo Brasil-China, que discutiu estratégias para o avanço conjunto em inteligência artificial (IA) e energia sustentável.

Durante o evento, realizado em parceria entre o Brics Policy Center da PUC-Rio e o Beijing Club for International Dialogue, especialistas chineses defenderam que a união entre os membros do bloco é essencial para garantir protagonismo tecnológico, especialmente em IA. A China, que tem se destacado globalmente com modelos como o DeepSeek, reforçou seu objetivo de liderar a tecnologia até 2030.

Para Xiao Youdan, da Academia Chinesa de Ciências, países do Sul global precisam investir em fundos conjuntos e transferência de tecnologia. Ele alertou que usuários dessas nações contribuem com dados usados no desenvolvimento econômico das potências tecnológicas, sem retorno proporcional.

O diretor Zhao Hai reforçou que a hegemonia dos países desenvolvidos na tecnologia amplia a desigualdade global e compromete o avanço das nações em desenvolvimento. “Se os países do Brics não se unirem, continuarão distantes na corrida tecnológica”, afirmou.

A representante sul-africana Thelela Ngcetane-Vika apontou a exclusão digital como um obstáculo crítico na África. “Sem acesso básico à tecnologia, como pensar em IA? A desigualdade estrutural compromete qualquer progresso nesse setor”, argumentou.

Na pauta energética, a professora Maria Elena Rodriguez (PUC-Rio) destacou o papel dos países do bloco na transição para fontes mais limpas. Embora juntos representem grande parte do consumo e produção de combustíveis fósseis, também há avanços em renováveis — com destaque para o Brasil e a Etiópia.

Rodriguez defendeu uma transição justa, considerando as diferentes realidades de cada país, e propôs uma política de cooperação concreta, baseada na troca de conhecimento e tecnologia. “Sem isso, continuaremos reproduzindo desequilíbrios dentro do próprio Brics”, alertou.

Para Tang Xiaoyang, da Universidade de Tsinghua, a China vê a colaboração internacional não como ajuda, mas como parceria estratégica para crescimento mútuo. Segundo ele, “o desenvolvimento conjunto é benéfico para todos os envolvidos, inclusive para a própria China”.

O Brics atualmente conta com 11 países-membros permanentes e diversos parceiros, e se prepara para sua 17ª Reunião de Cúpula, que será realizada no Rio de Janeiro nos dias 6 e 7 de julho, sob presidência brasileira.

Fonte: cenariomt

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