O governo brasileiro expressou preocupação neste domingo (17) com a suspensão da quinta sessão do Comitê Intergovernamental de Negociação, responsável por discutir um instrumento internacional para enfrentar a poluição causada por plásticos, inclusive no ambiente marinho. A reunião ocorria em Genebra, na Suíça, quando foi interrompida sem consenso.
Segundo o Itamaraty, a delegação brasileira atuou de forma ativa e construtiva, buscando equilibrar posições divergentes entre países e defendendo soluções viáveis para lidar com a poluição plástica. Entre as propostas apresentadas, o Brasil destacou áreas como financiamento, saúde, cooperação internacional e transição justa, ressaltando a necessidade de apoio adequado dos países desenvolvidos às nações em desenvolvimento. Também foi valorizado o papel essencial de catadores e catadoras no processo de gestão de resíduos.
O país reforçou ainda a proteção dos direitos humanos, incluindo os de povos indígenas, comunidades tradicionais, marisqueiras e pescadores artesanais. A abordagem recebeu apoio de organizações de trabalhadores e do setor de reciclagem, que reconheceram o avanço nas discussões sobre uma transição mais justa.
Na condição de mediador, o Brasil tentou aproximar visões divergentes em temas sensíveis, como a restrição a produtos plásticos de maior impacto ambiental e os riscos à saúde. Apesar dos avanços, o tempo disponível foi insuficiente para construir um acordo global.
O Ministério das Relações Exteriores reiterou o compromisso do país em permanecer engajado no processo, defendendo um acordo internacional capaz de eliminar a poluição plástica, proteger o meio ambiente e a saúde humana, além de incorporar preocupações sociais sob a perspectiva do desenvolvimento sustentável.
Fonte: cenariomt
