A elevação da taxa Selic para 15% gera efeitos imediatos no caixa das empresas e no orçamento das famílias, segundo avaliação da Fecomércio-MT. Este é o sétimo aumento consecutivo anunciado pelo Comitê de Política Monetária (Copom), ocorrido na última quarta-feira (18), elevando os juros ao maior nível desde junho de 2006, quando chegou a 15,25%.
Na época, a inflação acumulada em 12 meses era de 3,97%. Atualmente, o índice chega a 5,32%, o que agrava o cenário econômico tanto nacional quanto local, afetando diretamente produtores e consumidores.
De acordo com a entidade, o Banco Central busca controlar a inflação, que tem teto de 4,5%. No entanto, a medida traz consequências negativas. “Essas decisões inibem investimentos, comprometem a geração de empregos e ameaçam a continuidade das atividades comerciais”, destacou a Fecomércio.
A entidade também fez críticas à condução econômica do governo federal, destacando que “a falta de responsabilidade com as contas públicas e a inflação persistente deixam os empresários em estado de alerta”. Além disso, o custo do crédito aumenta, reduzindo o consumo das famílias e derrubando expectativas de novos investimentos e contratações.
O reflexo desse cenário já é sentido no comércio. Segundo a Pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), houve uma retração de 12,2% em sete meses em Cuiabá, reflexo da preocupação crescente dos consumidores com o rumo da economia.
Para o Instituto de Pesquisa e Análise da Fecomércio Mato Grosso (IPF-MT), um dos principais fatores que impulsionaram o aumento da taxa de juros é a situação fiscal do governo. Desde 2023, o avanço dos gastos públicos tem levado o Ministério da Fazenda e o Ministério do Planejamento a adotarem medidas de austeridade, baseadas, sobretudo, no aumento de impostos.
O IPF-MT alerta ainda que empresários, investidores e a população não encaram esse cenário de forma positiva, mesmo diante de cortes ou contingenciamentos de gastos, o que agrava ainda mais a percepção negativa sobre a economia.
Fonte: cenariomt