A polícia de Israel prendeu um assessor sênior do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, acusado de vazar informações sigilosas para a imprensa internacional. A informação veio a público neste domingo, 3. A oposição ao governo acusa o membro do alto escalão israelense e forjar dados como parte de uma “estratégia para impedir um cessar-fogo” e “um acordo de reféns” em Gaza.
Uma investigação examina alegações de que o integrante do gabinete de Netanyahu teria divulgado para a mídia internacional que o grupo terrorista Hamas planejava contrabandear reféns pela fronteira do Egito. Essa narrativa dividiria a sociedade israelense e pressionaria Netanyahu a negociar um cessar-fogo e a libertação de reféns.
Investigação e acusações contra assessor de premiê de Israel
Eliezer Feldstein, apontado pela oposição como assessor de Netanyahu, é um dos interrogados sobre o suposto vazamento de “informações confidenciais”. Uma ordem judicial recente sugere que dados extraídos de sistemas militares israelenses “emitidos ilegalmente” podem ter prejudicado a libertação de reféns mantidos pelo Hamas.
O porta-voz de Netanyahu negou vazamentos do gabinete, afirmando que a “pessoa em questão nunca participou de discussões relacionadas à segurança”. O gabinete chamou a alegação de “ridícula”.
Reações da oposição e famílias dos reféns
Yair Lapid, líder da oposição, acusou o gabinete de Netanyahu de vazar “documentos secretos falsos” para manipular a opinião pública contra as famílias dos reféns. Segundo as famílias, Netanyahu teria frustrado acordos com o Hamas, acreditando que o fim da guerra em Gaza forçaria a realização de eleições.
Os possíveis vazamentos foram a base de dois artigos de setembro, um publicado no tabloide Jewish Chronicle, do Reino Unido, e outro no jornal Bild, na Alemanha. Ambos citaram fontes de inteligência israelenses e reforçando uma narrativa promovida por Netanyahu durante as negociações de cessar-fogo e libertação de reféns.
Documentação e continuidade da investigação
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As Forças de Defesa de Israel disseram que um documento citado pelo Bild não foi escrito pelo líder do Hamas, Yahya Sinwar, sendo um documento antigo encontrado meses antes. A investigação sobre o vazamento continua, sendo considerada uma ofensa grave.
Depois da suspensão de uma ordem de silêncio, as famílias dos reféns acusaram o gabinete de Netanyahu de fraude. Os líderes da oposição, Lapid e Benny Gantz, culparam o gabinete pelos vazamentos, com Gantz chamando-os de “crime nacional”. Lapid sugeriu que o vazamento pode ter sido intencional devido ao fracasso nas negociações com o Hamas.
Fonte: revistaoeste