Mato Grosso abriga quatro municípios entre os 50 mais populosos do Brasil com as maiores taxas de estupro e estupro de vulnerável em 2024. O dado é da 19ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
Sorriso, no Mato Grosso, registrou 113,9 casos para cada 100 mil habitantes e ocupa a segunda colocação nacional, atrás apenas de Boa Vista (RR), com 132,7. Em 2023, Sorriso liderava o ranking. Ariquemes (RO) aparece em terceiro lugar com 122,5.
Outro destaque é Tangará da Serra, que subiu da 45ª para a 7ª posição, com taxa de 99,5, representando um salto de 67,2% em relação ao ano anterior. A cidade fica a 239 km de Cuiabá.
Completam a lista mato-grossense Sinop, na 20ª posição com 81,5 casos por 100 mil, e a capital Cuiabá, em 43º lugar, com 63,7. No total, o estado registrou 2.715 estupros em 2024. Os estupros de vulneráveis cresceram 12%, passando de 1.863 em 2023 para 2.118 neste ano.
O FBSP alerta para a persistência dos crimes sexuais no país. O número de vítimas de estupro e estupro de vulnerável em 2024 atingiu 87.545, o maior da história, mais que o dobro registrado em 2011. Mulheres e meninas seguem sendo as principais vítimas.
Mortes violentas intencionais também foram tema do Anuário. Mato Grosso registrou 1.142 casos em 2024, queda de 3% em relação a 2023. Mesmo assim, o estado tem a maior taxa do Centro-Oeste, com 29,8 mortes por 100 mil habitantes, superando Mato Grosso do Sul (18,7), Goiás (18,8) e o Distrito Federal (8,9).
Durante evento oficial no dia 22, o governador voltou a criticar a legislação penal brasileira, afirmando que as leis são ineficazes no combate à criminalidade. Para ele, sem mudanças na legislação, o Estado continuará investindo no armamento das forças policiais.
O Anuário também mostra que Mato Grosso lidera novamente o ranking de feminicídios, com taxa de 2,5 mortes por 100 mil mulheres — 47 casos em 2024, frente a 46 em 2023.
No campo dos crimes de ódio, os casos de racismo aumentaram 33,5%, passando de 104 para 141. Já os registros de injúria racial caíram 5,3%. Os casos de homofobia e transfobia dobraram, de 7 para 14.
Os dados são coletados a partir das secretarias estaduais de segurança, além das polícias civil, militar e federal. O Anuário tem como objetivo ampliar a transparência, melhorar os dados de segurança pública e orientar políticas públicas mais eficazes.
Fonte: cenariomt