Momentos antes de ser assassinado a facadas em uma distribuidora de bebidas em Mato Grosso, Ivan Michel Bonotto gravou o próprio executor, Danilo Guimarães, falando de forma sarcástica sobre como o dinheiro pode comprar a morte de alguém. O crime ocorreu no dia 22 de março, em Sorriso, e foi encomendado pelo empresário Gabriel Tacca, que descobriu um caso entre Ivan e sua esposa, a médica Sabrina Iara de Mello.
No vídeo registrado pela vítima, Danilo aparece ao lado de Ivan, comentando que Sorriso seria uma “Dubai” onde “quem tem dinheiro, manda matar”. Em tom debochado, o matador de aluguel chega a dizer: “Se você tiver dinheiro, você mata os outros. Os caras que têm dinheiro, por exemplo, você tem R$ 1 milhão, tu coloca e mata”.
A motivação do crime seria o relacionamento extraconjugal entre Ivan e Sabrina, que já mantinham um caso mesmo com a amizade entre Ivan e Gabriel. A vítima, morador de Tapurah, visitava com frequência a residência do casal em Sorriso, onde se hospedava como amigo, mas aproveitava para se encontrar com a médica enquanto o marido estava ausente.
Imagens de segurança flagraram os dois juntos na garagem da casa apenas 13 dias antes do assassinato. Nas gravações, Ivan aparece trocando carícias com Sabrina, que usa apenas um baby doll. Tranquilo, ele ainda olha para a câmera e faz sinal de joia com as mãos.
No dia do ataque, Ivan foi esfaqueado por Danilo na distribuidora de Gabriel, no bairro Residencial Village. Inicialmente, a versão apresentada à polícia foi a de uma simples briga de bar. Danilo chegou a se apresentar espontaneamente à delegacia, alegando legítima defesa.
Contudo, investigações revelaram que Ivan havia sido atraído até o local e surpreendido pelas costas. A narrativa de desentendimento caiu por terra com imagens de câmeras e outras evidências que apontaram para uma emboscada motivada por ciúmes e vingança.
Além do assassinato, Sabrina também é investigada por fraude processual. Quatro minutos após Ivan dar entrada no hospital, ela chegou ao local e usou sua posição de médica para acessar o celular da vítima, deletando arquivos comprometedores, incluindo o vídeo que mostrava Danilo falando sobre a execução. O aparelho só foi entregue à família três dias depois, já com as evidências apagadas.
Com base nos fatos apurados, o delegado Bruno França solicitou e obteve mandados de prisão e busca contra os envolvidos. As ordens judiciais foram cumpridas nesta terça-feira, selando os desdobramentos de um crime marcado por traição, vingança e tentativa de manipulação das provas.
Fonte: cenariomt