O projeto de extensão da vida útil da Usina Angra 1 não possui fonte de financiamento de longo prazo. O apontamento ocorreu em fiscalização do Tribunal de Contas da União (TCU), cujo relatório foi aprovado na última quarta-feira (15). No mesmo dia, a Eletrobras anunciou a venda de sua participação na Eletronuclear para a J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista. Dois dias depois, o presidente interino da Eletronuclear, Sinval Zaidan Gama, pediu demissão.
Para o TCU, o projeto de reforma da usina nuclear “está exposto ao risco iminente de não alcançar seus objetivos em vista da baixa disponibilidade de recursos financeiros para o projeto, decorrente do desequilíbrio entre despesas e receitas.”
Nesse sentido, o relatório cobra a atuação de órgãos públicos para garantir os recursos necessários. O documento menciona o Ministério de Minas e Energia, o Ministério da Fazenda e o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).
Angra 1 pode funcionar até 2034
A usina, controlada pela Eletronuclear, tem licença para operar até 2034. Mas o TCU aponta que outras usinas da categoria ao redor do mundo já receberam licenças por até 60 anos. Com isso, surge a janela para o projeto de extensão da vida útil.
O financiamento, no entanto, não é a única preocupação da fiscalização. Os auditores também olham com preocupação para o câmbio. Por isso, o relatório concede 120 dias para que a Eletronuclear desenvolva um plano para monitorar e reduzir os impactos da variação no preço das moedas internacionais no projeto.
O que diz a Eletronuclear
A Gazeta do Povo entrou em contato com a Eletronuclear, mas ainda não obteve retorno.
Fonte: gazetadopovo