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Política

Alcolumbre adia análise da PEC do Banco Central: entenda os detalhes da decisão coletiva

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O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), concedeu vista coletiva à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 65/2023, que pretende dar autonomia orçamentária e financeira ao (BC). O texto voltará à pauta na próxima sessão presencial, ainda sem previsão.

O pedido inicial partiu do líder do governo na Casa, Jaques Wagner (PT-BA), que alegou que o parecer final do relator, senador Plínio Valério (PSDB-AM), foi protocolado apenas nesta manhã. Desse modo, disse que se reuniria com o senador para discutir o novo texto.

Valério se queixou sobre o fato de o governo não o ter procurado, até o momento, para discutir a PEC do BC. Segundo o relator, o texto foi protocolado nesta manhã, pois ele ficou aguardando ser procurado por Wagner.

Como mostrou , no novo parecer, Valério fez uma alteração para evitar que a autarquia se torne uma empresa pública. Conforme o relator, o próprio BC sugeriu que a autarquia fosse transformada em uma corporação.

A mudança foi uma “saída” apresentada pelo BC diante de pedidos do líder do governo, que disse ser a favor da autonomia financeira do banco, mas que era contra transformar o BC em uma empresa pública, como prevê o relatório atual da PEC.

A ideia do governo era que o texto estabelecesse que o banco use as próprias receitas para funcionar, tendo capacidade de elaborar, aprovar e executar o próprio orçamento, mas vinculado ao governo federal como empresa pública. O governo alega não ter problemas com a autonomia financeira do banco.

“A gente está propondo, por sugestão do próprio Banco Central, que o Banco Central é uma instituição de natureza especial, com autonomia técnica, operacional, administrativa, orçamentária e financeira”, explicou o relator a . “Aí fica organizada sobre a forma de empresa pública, que exerce atividade estatal. E a gente está criando para o Banco Central, ele seria uma corporação integrante do setor público financeiro, que exerce atividade estatal.”

A proposta seria um “meio-termo” entre o que o governo Lula deseja e o que o relator e o BC querem. Plínio planeja conversar com Jaques ainda hoje e destacou que pretende publicar o novo relatório antes das 18h. O texto está em análise, novamente, na CCJ na quarta-feira 14.

O BC é uma autarquia de natureza especial, sendo responsável por executar as estratégias do Conselho Monetário Nacional a fim de manter o controle da inflação. O então presidente Jair Bolsonaro sancionou, em 2021, uma lei complementar que deu autonomia operacional ao banco.

O relatório de Valério prevê que a autonomia financeira e orçamentária do BC vai trazer ganhos fiscais ao governo federal.

“O BC não mais necessitará de transferências orçamentárias do governo e será autorizado a usar suas receitas para pagar suas próprias despesas”, argumentou o senador no parecer. “Significará um alívio fiscal para o governo (com impacto positivo no resultado primário).”

O relatório prevê ainda um teto para as despesas orçamentárias do banco, incluindo gastos com servidores, que vão ter reajustes salariais limitados à inflação. Caso o reajuste seja acima da inflação, o Senado terá de autorizar.

Fonte: revistaoeste

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