O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou nesta quarta-feira (16) que o Pix é uma referência mundial em inovação financeira e não tem relação com as tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos. A declaração foi dada após reunião com a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham), em meio à abertura de investigação comercial pelos EUA contra práticas brasileiras.
“O Pix é um modelo, um sucesso. O que nós precisamos resolver é a questão tarifária com os Estados Unidos, porque ela não se justifica nesse patamar. É um perde-perde”, disse Alckmin.
O sistema de pagamentos instantâneo foi incluído na investigação sob alegação de que criaria desvantagens para empresas financeiras norte-americanas. Além disso, o processo também questiona temas como desmatamento, corrupção e tratamento a grandes empresas de tecnologia.
Alckmin destacou que esta não é a primeira vez que os Estados Unidos investigam o Brasil, e garantiu que o país apresentará todos os esclarecimentos necessários. Ele rebateu críticas ao desmatamento, afirmando que os índices estão em queda e que o Brasil é um exemplo global na preservação ambiental.
“O desmatamento está em queda, e o Brasil tem se empenhado em recompor a floresta. Somos a maior floresta tropical do mundo e temos compromisso ambiental”, reforçou.
Negociação pendente
Segundo o vice-presidente, uma proposta confidencial para negociação tarifária foi enviada aos Estados Unidos em 16 de maio, mas o governo brasileiro ainda não recebeu resposta. Um novo documento foi assinado junto ao ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, reforçando o pedido por diálogo.
“Encaminhamos para a negociação e estamos aguardando”, afirmou. Ele destacou que os setores privados de ambos os países apoiam a resolução e esperam uma solução rápida, embora o Brasil esteja preparado para prolongar o diálogo se necessário.
“Queremos negociação. É urgente. O bom seria resolver nos próximos dias”, concluiu.
Amcham defende diálogo
O presidente da Amcham Brasil, Abrão Neto, também se posicionou favorável ao entendimento. “Disputas políticas não devem contaminar relações comerciais. Nosso desejo unânime é buscar uma solução negociada para impedir o aumento tarifário”, declarou.
Além da Amcham e da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), a reunião contou com representantes de empresas como Johnson & Johnson, Cargill, Coca-Cola, Amazon Web Services, General Motors e outras gigantes americanas com atuação no Brasil. Representantes do governo federal também participaram do encontro, incluindo membros do Ministério da Fazenda, Itamaraty e da Vice-Presidência da República.
Fonte: cenariomt