As vacas são animais conhecidos pela produção de leite. A maioria das pessoas, acha que o leite produzido por elas, pode ser apenas de um tipo. Contudo, uma recente pesquisa, revelou que vacas com uma dieta a base de cânhamo (planta de cannabis cultivada por suas sementes, caule e fibras) podem produzir um leite “especial”.
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Foto: Famasul
O produto derivado da cannabis não deu larica às vacas. Na verdade, as vacas diminuíram sua ingestão geral de alimentos. Por sua vez, eles produziram menos leite, mas o líquido produzido continha níveis detectáveis de delta 9-tetrahidrocanabinol (THC), o principal composto indutor da maconha, e canabidiol (CBD), que exerce alguns efeitos no corpo, mas não é psicoativo.
O cânhamo ainda não é um aditivo de ração animal oficial nos Estados Unidos ou na Europa. Parte disso, devido a preocupações de que os compostos ativos das plantas cheguem ao leite e causem efeitos colaterais.
Mas, à medida que as indústrias de cânhamo e CBD cresceram, as partes interessadas e os reguladores teoricamente consideraram o uso do cânhamo como ração animal, citando seu baixo custo e valor nutricional, informou a Revista Science . No entanto, ainda não há pesquisas suficientes para aprovar a planta para tal uso.
Experimento com vacas
Para avaliar os efeitos do cânhamo em vacas leiteiras e seu leite, os pesquisadores alimentaram 10 vacas leiteiras lactantes com ração contendo cânhamo com diferentes concentrações de canabinóides, ou seja, compostos derivados da cannabis com efeitos semelhantes a drogas.
O cânhamo e a maconha vêm da mesma espécie de planta – Cannabis sativa – mas, por definição, o cânhamo não contém mais do que 0,3% de THC, enquanto a maconha carrega concentrações mais altas, de acordo com a Food and Drug Administration dos EUA (abre em nova guia) (FDA).
Na primeira semana do teste, os pesquisadores trocaram parte da ração à base de milho das vacas por ração de cânhamo feita de plantas inteiras de C. sativa, que continham baixas doses de canabinóides.
Então, nos seis dias seguintes, eles alimentaram as vacas com uma ração de cânhamo com alto teor de canabinóides, feita de flores, folhas e sementes das plantas. Após esse período, a alimentação com plantas não teve efeito na saúde ou no comportamento das vacas.
Mas poucas horas depois de mudar para a alimentação com flores, a respiração e os batimentos cardíacos dos bovinos caíram anormalmente baixos. Estes são “sintomas raros em vacas que ocorrem apenas no curso de doenças graves ou podem ser induzidos farmacologicamente”, observaram os pesquisadores.
Resultados
As vacas babavam, bocejavam e produziam mais secreções nasais do que o normal, e seus olhos ficavam vermelhos.
Elas também ficaram com a língua solta . Algumas vacas que comeram grandes quantidades de ração adotaram posturas anormais quando paradas e quando andavam, o faziam de um jeito esquisito. Dois dias após a mudança de dieta, as vacas pararam de comer tanto e sua produção de leite diminuiu. “Atualmente não temos uma explicação mecanicista” de por que isso ocorreu, disse Pieper à revista Live Science.
A ração de flores continha mais gordura do que a ração de planta inteira, de modo que poderia ter afetado o apetite das vacas – mas os próprios canabinóides também podem ter desempenhado um papel, escreveram os pesquisadores. As mudanças observadas nas vacas tiveram resolução s dois dias após elas voltarem à dieta normal.
O THC é o culpado mais provável por trás das mudanças. Mas outros canabinóides e produtos químicos no cânhamo podem ter contribuído para os sintomas das vacas. THC, CBD e outros canabinóides podem ser detectados no leite de vaca no final do teste de planta inteira e durante o teste de alimentação com flores.
Oito dias após o término do último teste, THC e CBD detectáveis ainda permaneciam no leite dos animais. A quantidade de THC detectada durante o teste de alimentação com flores pode ter algum efeito na saúde humana, disseram os autores do estudo.
No entanto, neste ponto, não está claro se os laticínios com THC podem causar alucinações em humanos. Muito mais pesquisas serão necessárias antes que os reguladores possam considerar a aprovação do cânhamo como ração animal.
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Fonte: canalrural
