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Agronegócio

Produtores de cacau do Pará visitam cooperativas de café em Minas Gerais em busca de aperfeiçoamento em práticas de cooperativismo

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No de agosto, uma delegação composta por 30 representantes de 12 cooperativas de cacau do Pará esteve em Paraguaçu (MG) para conhecer cooperativas de café do Sul de Minas que se destacam como modelos de cooperativismo. A visita foi organizada como parte da CacauCoop Pará 2024, uma missão técnica promovida pelo CocoaAction Brasil e pela OCB-PA, com o do IPAM, Solidaridad e GIZ.

De acordo com dados do IBGE, o Pará abriga cerca de 30 mil propriedades rurais dedicadas ao cultivo do cacau, distribuídas por uma vasta área de 1.248.000 km², superior à soma dos territórios da Itália, Alemanha e França. Esta extensa região, combinada com a de cacauicultores na área da Transamazônica, dificulta o escoamento da produção, impulsionando a necessidade de cooperação entre os produtores para facilitar a compra coletiva de insumos e a comercialização das amêndoas.

Atualmente, o Pará conta com aproximadamente 16 cooperativas de cacau, e representantes de 12 delas participaram da missão técnica que ocorreu de 26 a 28 de agosto. A iniciativa surgiu após uma palestra de Renato José de Melo, Superintendente da Coomap (Cooperativa Mista Agropecuária de Paraguaçu), no 6º Fórum Anual do Cacau, realizado em 2023 em Ilhéus (BA). Melo destacou como a gestão profissional, a união regional e a assistência técnica gratuita proporcionada pela Coomap posicionaram a cooperativa mineira como um exemplo de sucesso.

A primeira parada da comitiva foi a da Coomap, localizada em Paraguaçu e composta por cerca de 800 cooperados. A cooperativa é renomada por sua capacidade de adaptação e inovação, incluindo a reestruturação de seu Departamento Técnico para oferecer assistência técnica gratuita, o que resultou em aumento da produtividade e fidelidade dos cooperados. Os visitantes puderam observar práticas inovadoras, como a adaptação de motos para o transporte de implementos agrícolas, uma solução que poderia ser implementada no Pará para aumentar a eficiência e reduzir a necessidade de mão de obra.

A segunda visita foi à Cooxupé, a maior cooperativa de café do Brasil e do mundo, com 19 mil cooperados, predominantemente pequenos produtores. O grupo ouviu o presidente Carlos Augusto de Melo e o vice-presidente Osvaldo Bachião, que compartilharam a trajetória da cooperativa e mostraram o Complexo Japy, um centro avançado para armazenagem, rebenefício e exportação de café. A visita revelou como a Cooxupé mantém a proximidade com seus cooperados e oferece uma gama de serviços para engajá-los e mantê-los informados.

Para Ney Ralison, presidente da COOPERCAU (Cooperativa dos Produtores de Cacau e Desenvolvimento Agrícola da Amazônia), o principal aprendizado da missão foi a importância de ter uma equipe dedicada à Assistência Técnica Rural e oferecer benefícios atrativos para fidelizar os cooperados. Deusrivaldo Moreira, cooperado da Coopermat (Cooperativa Mista Agroindustrial de Agricultores e Técnicos do Xingu), destacou que o sucesso do cooperativismo depende do fortalecimento do profissionalismo em todos os níveis, desde a gestão até o contato com o produtor.

Após a missão, o consenso entre os participantes foi que uma cooperativa deve ter dois pilares essenciais: 1) uma gestão profissional, com clareza sobre objetivos e estratégias, e 2) um departamento técnico bem estruturado, que forneça assistência contí para aumentar a produtividade e a renda dos produtores.

Vitor Stella, consultor técnico do CocoaAction Brasil, enfatizou a importância dos técnicos das cooperativas na orientação dos agricultores sobre práticas de manejo e no planejamento de insumos. Guilherme Salata, coordenador do CocoaAction Brasil, ressaltou que o cooperativismo é fundamental para que os cacauicultores ganhem força e acesso a recursos, assistência técnica e serviços complementares.

Como resultado da missão, os representantes das cooperativas voltaram com a intenção de estruturar pelo menos um dos pilares discutidos (Gestão Profissional e Departamento Técnico). As cooperativas participantes, inclusive aquelas fora do OCB, foram convidadas a participar das reuniões da Câmara Técnica de Cooperativas de Cacau do Pará, geridas pela OCB, com o apoio do Projeto Cacau 2030.

Fonte: portaldoagronegocio

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