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Agronegócio

Como a Resistência a Antiparasitários Impacta na Rentabilidade da Pecuária

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Pexels Fredox Carvalho

A resistência dos parasitas aos antiparasitários representa um desafio crescente para a dos rebanhos e a rentabilidade da pecuária. Estudos indicam que as perdas podem variar de 20% a 30% na produção de leite e carne, resultando em prejuízos anuais que podem chegar a 7 bilhões de dólares, englobando também os custos com tratamentos. Além disso, os especialistas têm observado uma resistência progressiva às substâncias mais utilizadas para o de parasitas nos rebanhos brasileiros.

Controlar as verminoses continua sendo um desafio significativo, especialmente em regiões tropicais. O médico veterinário e professor Fernando Almeida Borges, da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), explica que “bovinos de corte na fase da recria podem deixar de ganhar entre 11 e 24 quilos quando tratados com vermífugos cuja eficácia é inferior a 80%. É interessante notar que os animais não tratados, ou tratados com vermífugos ineficazes, continuam a ganhar peso, embora em uma taxa inferior à dos grupos que receberam vermífugos eficazes”.

Apesar de a resistência anti-helmíntica não representar um risco imediato à saúde dos bovinos, os efeitos no bem-estar dos animais podem se manifestar a médio e longo prazos, tornando-os mais vulneráveis a outras doenças e a situações adversas, como estresse térmico e escassez de alimentos. “Os efeitos de um tratamento anti-helmíntico adequado podem não ser visíveis a curto prazo. Alguns estudos realizados no Brasil mostram que o tratamento durante o período seco do ano pode resultar em aumento de ganho de peso apenas no início das chuvas”, esclarece Borges.

Enquanto os impactos na saúde dos bovinos podem demorar a ser percebidos, os efeitos negativos para a produtividade são imediatos. Janaina Giordani, gerente de produto da linha de antiparasitários da Zoetis, destaca que “a perda de produtividade é rápida, pois os animais não conseguem atingir o ganho de peso potencial, o que reduz tanto a produtividade quanto a lucratividade”.

Borges também relata que, recentemente, teve conhecimento de casos extremos de verminose com sinais clínicos evidentes em bovinos, levando até a mortes. No entanto, muitos pecuaristas não percebem problemas quando administram vermífugos que já perderam eficácia, pois os animais podem continuar a ganhar peso, mesmo que abaixo do potencial genético que poderiam atingir.

A ciência tem se empenhado, ao longo dos anos, no desenvolvimento de novas tecnologias para o controle da resistência parasitária, buscando mitigar os impactos negativos. Contudo, é crucial que as fazendas adotem uma gestão estratégica e rigorosa, monitorando a performance dos animais. “Caso contrário, a rentabilidade e a produtividade serão, sem dúvida, comprometidas. A gestão da atividade é essencial para avaliar a performance. Que pecuarista não deseja aumentar o ganho de peso em seu rebanho, otimizando a produção e reduzindo as perdas econômicas?”, conclui Janaina Giordani.

Fonte: portaldoagronegocio

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