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Com o ritmo da colheita de café em plena velocidade, os produtores brasileiros estão aproveitando o clima seco, que favorece o processo. Até o momento, mais de 66% da safra 2024/2025 foi colhida, conforme os dados mais recentes da Safras & Mercado. A previsão para a produção deste ano é de 58,8 milhões de sacas de 60 kg, marcando um aumento de 6,8% em comparação com 2023.
Para discutir o processo de colheita e pós-colheita do café, a especialista Paula Tristão Santini, instrutora de cursos de classificação e degustação de cafés do SENAR-Minas Gerais, e Roney Smolareck, engenheiro agrônomo da Loc Solution e responsável pela marca Motomco de medidores de umidade, compartilham orientações cruciais para garantir a qualidade do produto.
Cuidados Essenciais na Colheita
Paula Santini ressalta que a qualidade da colheita está diretamente ligada à porcentagem de grãos cereja maduros. No entanto, a disponibilidade de mão de obra é um desafio significativo. “A maturação dos grãos, a disponibilidade de mão de obra e as condições climáticas determinam o início da colheita”, explica Paula, doutora em Fisiologia Vegetal do Café.
Além disso, a especialista aborda a classificação física dos grãos após a secagem. Este processo envolve a análise de amostras de 100 gramas, separando grãos com defeitos como grãos pretos, verdes ou ardidos, seguindo a classificação oficial brasileira. “Esta análise resulta na atribuição de um tipo ao café, como tipo 6, tipo 7, tipo 8, entre outros”, detalha Paula.
Impacto das Condições Climáticas e Níveis de Umidade
O clima desempenha um papel crucial na qualidade do café. “Períodos de chuva, como os recentes no sul de Minas, podem prejudicar a secagem, levando a fermentações e emboloramentos indesejados”, alerta Paula. Ela também destaca que o teor de umidade ideal é essencial: entre 45% e 55% no momento da colheita, reduzido para 11% a 12% durante a pós-colheita para armazenamento. “Um grão muito úmido pode embolorar e perder qualidade rapidamente”, adverte.
Tecnologia e Equipamentos para Garantir a Qualidade
Para assegurar a qualidade do café, diversas técnicas de secagem estão disponíveis, como terreiro de cimento, terreiro suspenso, secador rotativo e secador de caixa. Paula enfatiza a importância de manter a temperatura em 40 graus e garantir a limpeza do local.
O engenheiro agrônomo Roney Smolareck complementa a discussão com informações sobre equipamentos homologados pelo Inmetro, exigidos para a medição precisa da umidade do café. A Loc Solution oferece modelos certificados, como o 999 ESI e o FBI, e também o modelo portátil CP999 para uso direto nos terreiros.
Normas e Comercialização
Na fase de comercialização, é obrigatório utilizar equipamentos homologados para garantir que o café atenda aos padrões de qualidade. “A umidade ideal para armazenamento deve estar entre 11% e 12%, com preferência para a faixa de 11% a 11,5%,” afirma Roney Smolareck. A Instrução Normativa nº 8/2003 estipula que, independentemente da classificação, os teores de umidade do café não devem exceder 12,5%.
A atenção aos detalhes durante a colheita e a secagem é essencial para garantir um café de alta qualidade que atende às exigências do mercado.
Fonte: portaldoagronegocio