A forte queda das ações da Petrobras nesta sexta-feira (8) foi atribuída pelo diretor financeiro e de Relações com Investidores, Fernando Melgarejo, à insatisfação do mercado com o valor de dividendos anunciados para o trimestre. A estatal informou que distribuirá R$ 8,66 bilhões em dividendos e Juros sobre Capital Próprio, o equivalente a R$ 0,67192409 por ação.
Segundo Melgarejo, o resultado foi impactado por eventos não recorrentes e a expectativa é de que a reação negativa seja temporária. No momento da declaração, as ações ordinárias recuavam cerca de 7% na B3 e apresentavam movimento semelhante na bolsa de Nova York. O governo federal detém 50,26% das ações com direito a voto, incluindo a participação do BNDES.
No segundo trimestre de 2025, a companhia registrou lucro líquido de R$ 26,7 bilhões, queda de 24,3% em relação ao trimestre anterior, mas revertendo o prejuízo de R$ 2,6 bilhões no mesmo período de 2024. Apesar da baixa nas ações, 75% dos analistas que acompanham a empresa recomendam compra, destacando resultados operacionais considerados positivos.
Sobre dividendos extraordinários, Melgarejo disse que só serão possíveis com geração de caixa excedente, após cobrir investimentos e despesas operacionais. Um fator de risco é o preço do petróleo, que caiu 10% no período, com o barril do tipo Brent cotado a US$ 67,82 em média.
Enquanto investidores lamentam a ausência de dividendos adicionais, a Federação Única dos Petroleiros considera positivo manter mais recursos na empresa para investimentos, defendendo que essa seja uma tendência na política corporativa. Atualmente, a política de dividendos prevê a distribuição de 45% do fluxo de caixa livre quando o endividamento bruto está abaixo do limite estabelecido no plano de negócios.
Fonte: cenariomt
