Foram 2.600 quilômetros percorridos em um caminhão adaptado, com uma caixa de transporte especialmente projetada para suportar o peso e o tamanho de um animal de mais de três toneladas. A caixa precisou ser reforçada diversas vezes, adiando a data da viagem que estava prevista para fevereiro. Apenas após testes rigorosos e a total adaptação da elefanta ao equipamento, foi possível autorizar a partida. Desde então, a viagem se tornou uma verdadeira epopeia de resiliência e cuidado. Durante todo o percurso, câmeras e sensores monitoraram cada reação de Pupy: sinais de estresse, sede, cansaço ou necessidade de pausa.
Na madrugada de quinta-feira (17), a caravana fez uma parada que chamou a atenção em Rondonópolis, a 218 km da capital mato-grossense. No posto da Polícia Rodoviária Federal, a caixa de transporte foi aberta parcialmente para que Pupy se alimentasse e descansasse. A parada foi cercada de protocolos de segurança e silêncio, para não alarmar a elefanta. Apesar do cansaço da jornada, a equipe relatou que Pupy estava tranquila, interagindo com os tratadores e reagindo bem ao trajeto.
A operação envolveu veterinários, especialistas em comportamento animal e uma rede internacional de apoiadores. Desde fevereiro, o diretor do SEB, Scott Blais, e a veterinária Dra. Trish acompanharam pessoalmente a preparação da viagem na Argentina. Foram dias de ambientação, muito afeto e estratégias para reduzir o impacto psicológico da transferência. Em 1993, Pupy havia sido retirada do Parque Nacional Kruger, na África do Sul, e levada a um zoológico argentino. Mais tarde, passou a viver no antigo Templo Hindu dos Elefantes, no Ecoparque de Buenos Aires, onde dividiu espaço por mais de 30 anos com Kuky.
A chegada ao santuário marca o início de um novo capítulo. Pupy é a primeira elefanta africana a viver no SEB, que até então abrigava cinco elefantas asiáticas resgatadas de circos e zoológicos. O espaço, cercado por áreas de cerrado nativo e adaptado às necessidades fisiológicas e comportamentais dos elefantes, é preparado para proporcionar liberdade de movimento, convívio social e reabilitação. A viagem de Pupy não foi apenas um deslocamento físico, mas o fim de uma espera de décadas por liberdade. Agora, ela poderá, pela primeira vez desde sua infância na savana africana, voltar a viver com dignidade e espaço. As informações são do portal G1.
Fonte: Olhar Direto