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Adoção responsável e conscientização: transformando a causa animal em Cuiabá

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A recente Feira de Adoção realizada no Parque Tia Nair, em Cuiabá, pela Diretoria de Bem-Estar Animal (BEA) reflete um movimento que busca ir além do acolhimento imediato. O evento acende o debate sobre a necessidade de uma mudança cultural profunda na forma como a sociedade lida com cães e gatos, focando no combate ao abandono e à violência por meio da educação e da guarda responsável.

Para a equipe técnica da BEA, o maior obstáculo para o bem-estar animal ainda é a falta de informação. O alto índice de abandono, especialmente de ninhadas e animais adultos, é frequentemente o desdobramento de adoções impulsivas e sem planejamento. Para reverter esse cenário, o programa EducaPet atua em escolas de Cuiabá, apostando que a conscientização de crianças e adolescentes é a chave para formar adultos mais empáticos e responsáveis.

Atualmente, observa-se uma mudança no perfil de quem busca um pet: as famílias estão mais interessadas em entender o temperamento do animal, as necessidades de espaço e os custos com saúde, como vacinação e castração. Esse comportamento sinaliza que o animal está deixando de ser visto como um objeto descartável para ser integrado como um membro da família, contribuindo inclusive para o bem-estar emocional de seus tutores.

A realidade do acolhimento e a logística de resgate

Embora a educação avance, o trabalho operacional enfrenta desafios práticos. O Canil Municipal abriga hoje cerca de 110 animais, operando próximo ao seu limite de capacidade.

A logística de resgate é complexa, envolvendo animais em locais de difícil acesso ou com comportamento arredio, o que exige protocolos de segurança rigorosos para as equipes e para os próprios bichos.

O final de ano é o período mais crítico, com um aumento expressivo no número de abandonos. A falta de controle reprodutivo leva ao desespero de tutores que, diante de ninhadas indesejadas, descartam filhotes e fêmeas.

Para mitigar esse problema, a prefeitura oferece suporte com castração e atendimento clínico, mas reforça que a solução definitiva passa pelo controle populacional e pela consciência coletiva.

Adoção como compromisso de vida

A adoção responsável é apontada como um ato de cidadania que beneficia toda a rede: cada animal que ganha um lar abre vaga para que um novo bicho em situação de risco seja resgatado. No entanto, os veterinários da diretoria alertam que adotar exige compromisso financeiro e emocional de longo prazo. O tutor deve estar preparado para oferecer cuidados básicos e assistência médica durante toda a vida do animal, e não apenas nos momentos de lazer.

A transformação da causa animal em Mato Grosso depende dessa soma de esforços entre o poder público, protetores independentes e a sociedade. O respeito e a ética no trato com os animais são os pilares para uma convivência harmoniosa que priorize a vida e o afeto incondicional.

Fonte: cenariomt

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