Morreu na madrugada desta sexta-feira (26), aos 98 anos, Carmen Oliveira da Silva, conhecida como mãe carmen, ialorixá do Terreiro de gantois, em Salvador. Contadora aposentada do Tribunal de Contas do Estado da Bahia, ela estava à frente do Candomblé do Ilé Iá Omi Axé Iamaxé desde 2002.
Em comunicado, a Associação de São Jorge Ebé Oxóssi informou a morte da religiosa, definida como guardiã da ancestralidade e herdeira de uma linhagem fundamental para a história do Candomblé na Bahia e no Brasil.
Filha caçula de Maria Escolástica da Conceição Nazareth, a mãe menininha do gantois, carmen nasceu em 29 de dezembro de 1926, dentro da própria Casa do Candomblé, e foi iniciada ainda na infância, aos 7 anos. Dedicou a vida aos saberes tradicionais e à espiritualidade, primeiro sob a liderança da mãe e, mais tarde, ao lado da irmã mais velha, mãe cleusa de nanã, que comandou o terreiro entre 1986 e 1997.
Segundo a associação, mãe carmen assumiu a condução da casa com responsabilidade, firmeza e sabedoria, cuidando da comunidade e garantindo a continuidade de uma tradição ancestral marcada pela fé, pela memória e pela identidade.
O Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania divulgou nota de pesar e manifestou solidariedade à comunidade do gantois, destacando a importância da ialorixá para o povo de santo, para a Bahia e para o país.
Mãe carmen deixa duas filhas, três netos e quatro bisnetos, apontados pela associação como a continuidade viva de sua memória e de seu legado espiritual.
O comunicado também ressaltou que o falecimento ocorreu em uma sexta-feira, dia consagrado a Oxalá, seu orixá de cabeça. Para a entidade, embora haja a despedida da presença física, o axé e os ensinamentos da líder religiosa permanecem vivos.
O velório será realizado na tarde desta sexta-feira, no Terreiro de gantois, onde serão prestadas homenagens até o sábado (27), quando ocorrerá o sepultamento em Salvador.
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Fonte: cenariomt
