Cada vez mais populares, medicamentos injetáveis para perda de peso, como Mounjaro e Wegovy, se consolidaram como uma das principais ferramentas no tratamento da obesidade. A redução do apetite e o maior controle da saciedade explicam boa parte da procura, mas o uso inadequado tem elevado o número de pacientes que enfrentam efeito rebote após interromper a medicação.
Sociedades médicas e especialistas reforçam que esses produtos só devem ser usados dentro de um plano estruturado e com acompanhamento constante.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), as canetas são recomendadas para pessoas com obesidade (IMC a partir de 30) ou para indivíduos com sobrepeso associado a doenças como diabetes, hipertensão ou alterações metabólicas.
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O uso precisa ser conduzido por um médico, com avaliação clínica e exames que investigam glicemia, lípides, função renal e hepática, tireoide e, em alguns casos, ultrassom abdominal. A instituição reforça que apenas produtos aprovados pela Anvisa devem ser utilizados.
Início do tratamento e ajustes de dose
Profissionais que atuam com esses medicamentos relatam que a forma de iniciar o tratamento influencia diretamente a adaptação do organismo. A recomendação é começar com a menor dose e fazer progressões lentas, ajustadas de acordo com a resposta do paciente. A estratégia reduz efeitos colaterais e evita sobrecarga no sistema gastrointestinal. Elevar a dose sem necessidade pode intensificar náuseas, desconfortos abdominais e quadros que exigem reavaliação médica imediata.
Sintomas como dor intensa, vômitos recorrentes e sinais de desidratação são indicativos de que a medicação deve ser interrompida até nova orientação. O acompanhamento próximo faz diferença principalmente nos primeiros meses, quando o corpo passa pelas maiores adaptações.
Por que o efeito rebote acontece
O reganho de peso após parar a medicação é uma das principais dificuldades relatadas por quem usa as canetas sem adotar mudanças de comportamento. Especialistas apontam que, durante a perda de gordura, o organismo reduz o gasto calórico e aumenta estímulos de fome para tentar preservar energia. Essa adaptação ocorre especialmente nos 12 primeiros meses e é acentuada quando a medicação é suspensa de forma brusca.
A ausência de hábitos estruturados como alimentação planejada, ingestão adequada de proteínas e prática de exercícios, facilita a perda de massa magra, que também diminui o metabolismo e aumenta o risco de recuperar peso rapidamente.
Desmame progressivo e monitoramento constante
A interrupção do tratamento precisa ser gradual e sempre personalizada. Não existe um protocolo único, mas sim estratégias moduladas conforme o histórico e as condições de cada paciente. Para quadros mais resistentes, o uso contínuo pode ser indicado, considerando que a obesidade é uma condição crônica.
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Após a suspensão, o ideal é intensificar o acompanhamento, com revisões trimestrais e exames que avaliam composição corporal e marcadores metabólicos, como resistência à insulina e inflamação. Mesmo com todos os cuidados, o reganho pode acontecer e, segundo os especialistas, isso não deve ser interpretado como falha. A retomada do tratamento pode ser uma alternativa segura quando necessário.
Mudanças de hábito definem o resultado duradouro
O período de uso da caneta abre uma janela favorável para consolidar comportamentos que sustentam a perda de peso no longo prazo. A combinação entre alimentação equilibrada, atividade física regular e suporte psicológico é vista como o tripé que impede recaídas.
Fatores como estresse, sono insuficiente, alimentação desorganizada e padrões emocionais relacionados à comida continuam interferindo no peso, mesmo com a ajuda da medicação. Por isso, o tratamento só funciona de forma plena quando a medicação é integrada a uma rotina planejada.
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Usar as canetas emagrecedoras com segurança significa unir acompanhamento profissional, ajustes individualizados e mudança de hábitos. Quando bem conduzido, o tratamento deixa de ser um recurso passageiro e se torna uma ferramenta sólida para controlar a obesidade e preservar a saúde no longo prazo.
Fonte: primeirapagina






