O calçadão da Barão do Rio Branco com a Rua 14 de Julho será palco a céu aberto para uma intervenção artística inusitada no próximo sábado (22). Um grupo de “carteiros” estrela um espetáculo que transforma até o simples ato de enviar, receber e entregar cartas em arte.
Em Dança por Correio, do coletivo paulista Zumb.boys, até os pedestres fazem parte do show. A intervenção integra a programação da 12ª edição do MS Dance Fest, que acontece até domingo (23), na Capital. Criado em 2012, Dança por Correio é o espetáculo que mais circulou no repertório do grupo e já passou por mais de 50 cidades do Brasil.
A intervenção nasce da imagem da entrega: os artistas abordam transeuntes e os convidam a escolher uma carta. O conteúdo permanece em segredo — apenas quem participa da apresentação descobre —, mas esse pequeno gesto desencadeia relações, escuta e reflexão.
“A intervenção nasce da ideia de entrega não só de poesia ou dança, mas da construção de experiências com pessoas que talvez nunca tenhamos visto e talvez nunca mais encontremos. Cada apresentação gera histórias únicas, como a vez em que entramos no carro do SEDEX e o motorista achou que éramos carteiros de verdade. São memórias que ampliam o sentido de estar na rua com a dança.”
Márcio Greyk, diretor do coletivo.
A intervenção é gratuita e acontece às 12h de sábado (22), no cruzamento da 14 de Julho com a Barão do Rio Branco.
Com mais de 20 anos de atuação, o grupo nasceu na periferia de São Paulo e construiu uma identidade artística própria, utilizando o breaking como base de pesquisa e criação.
“Somos um grupo nascido nas margens, na periferia de São Paulo, e não tem como separar nossa dança de sua essência política. O breaking carrega uma história e uma autoria própria que nasce do território. O que fazemos é afirmar que nossos movimentos têm um CEP, vêm de um contexto e de uma digital. Quando vamos para a rua, além da arte, levamos essa memória e nos contrapomos aos apagamentos que muitas vezes silenciam nossas histórias.”
Márcio Greyk, diretor do coletivo.
Fonte: primeirapagina






