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Dono do Banco Master é preso pela PF após Banco Central decretar liquidação

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O Departamento de Resolução e de Ação Sancionadora (Derad) do Banco Central do Brasil (BC) decretou, nesta terça-feira (18), a liquidação extrajudicial do Banco Master. Com isso, determinou a indisponibilidade dos bens de duas empresas, três controladores e oito ex-administradores. Na noite anterior, a Polícia Federal (PF) prendeu o presidente da instituição, Daniel Bueno Vorcaro.

Com a liquidação, o Banco Master sai gradualmente do Sistema Financeiro Nacional. O BC utiliza esse poder quando constata que a empresa não consegue mais se salvar financeiramente, ou quando encontra violações às normas aplicáveis. Em comunicado, o BC informou que a EFB Regimes Especiais exercerá a função de liquidante extrajudicial, com amplos poderes de administração e representação da sociedade.

A prisão de Vorcaro ocorreu no contexto da Operação Compliance Zero, que apura uma suposta fabricação de carteiras de crédito na empresa. Em outras palavras, o Banco Master estaria vendendo promessas de pagamento que não conseguiria cumprir. Entre os crimes apurados estão os de gestão fraudulenta, gestão temerária e organização criminosa. O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou nesta terça-feira (18) que as investigações apontam uma suspeita de fraude de R$ 12 bilhões contra o sistema financeiro nacional.

Vorcaro foi preso em São Paulo enquanto se preparava para embarcar para Dubai, em um jatinho particular. A PF, porém, já monitorava o empresário belo-horizontino e o interceptou no aeroporto de Guarulhos. A defesa dele nega que a viagem seria uma tentativa de fuga, afirmando que Vorcaro iria ao país árabe tentar a venda do banco, anunciada na segunda-feira (17).

Segundo a PF, a operação resultou no bloqueio de R$ 12,2 bilhões em contas bancárias; quatro prisões preventivas e duas temporárias; e a apreensão de diversos carros de luxo, obras de arte, relógios e R$ 1,6 milhão em espécie.

Banco enfrenta crise de caixa e credibilidade

O Master enfrenta uma crise de caixa e de credibilidade que atingiu seu ápice na deflagração da Operação Compliance Zero. A Polícia Federal investiga a emissão de títulos de crédito fraudulentos. A situação envolveu também o Banco de Brasília (BRB) que tentou comprar parte do Master, mas teve a compra barrada pelo Banco Central. Outro interessado na compra da empresa era o grupo Fictor, que indicou o interesse no dia anterior à liquidação.

A empresa era conhecida por altas ofertas de retorno em investimentos. Ao acessar o aplicativo da instituição, o usuário encontrava opção de CDB com retorno de 140% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), enquanto seus concorrentes oferecem retorno próximo a 100%. Para a PF, porém, a empresa estaria fabricando carteiras de crédito. Em outras palavras, estaria vendendo algo inexistente.

Os clientes que possuem investimentos no CDB (Certificado de Depósito Bancário) de até R$ 250 mil serão ressarcidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Quem possui valores acima disso entrará em uma lista de credores para ressarcimento ao longo da liquidação. Outra possibilidade é que os investidores entrem na Justiça contra o BC, alegando que a liquidação ocorreu de forma indevida.

A Gazeta do Povo entrou em contato com o Banco Master e aguarda retorno.

Fonte: gazetadopovo

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