O duelo de apss: Transporte de passageiros vs. aplicativos de entrega
Comparativo entre apps de transporte de passageiros (Uber, 99) e apps de entrega (iFood, Lalamove). Descubra quem ganha mais, a jornada média e os custos operacionais em 2025 e entenda o paradoxo da Gig Economy no Brasil.
O mercado de trabalho brasileiro tem sido profundamente transformado pela chamada “Gig Economy” (Economia do Bico), impulsionada por dois gigantes: os aplicativos de transporte de passageiros (como Uber e 99) e os serviços de entrega de mercadorias e alimentos (como iFood, Lalamove e Rappi).
Transporte de passageiros vs. aplicativos de entrega
Embora ambos os modelos utilizem a tecnologia para conectar a demanda à oferta de trabalho, eles apresentam diferenças cruciais em termos de ganhos, jornada, custos e segurança para o trabalhador.
Dados recentes do Banco Central e de pesquisas do IBGE em 2025 indicam que o número de trabalhadores por aplicativos tem apresentado um crescimento robusto, sendo um fator importante na manutenção da taxa de ocupação do país.
O fenômeno, no entanto, é marcado por um paradoxo: enquanto os trabalhadores por plataforma chegam a ter um ganho mensal superior à média de sua categoria, a renda por hora e a qualidade de vida são frequentemente comprometidas.
Historicamente, o crescimento inicial do mercado de aplicativos (entre 2015 e 2017) foi mais acentuado no transporte de passageiros. Contudo, nos anos seguintes, o dinamismo foi maior nos serviços de entrega em domicílio. Atualmente, ambos os setores são marcados por uma alta concentração de mercado. A Uber e a 99 dominam o transporte, enquanto o iFood possui uma fatia majoritária nas entregas de comida.
| Critério | Transporte de Passageiros (Uber/99) | Serviços de Entrega (iFood/Lalamove) |
| Veículo Principal | Carro (maior custo de manutenção e combustível) | Moto (menor custo e maior agilidade no trânsito) |
| Crescimento (2022-2024) | Mais acentuado (cresceu 35%) | Robusto (cresceu 18%) |
| Segurança/Conforto | Maior conforto para o motorista (em carro) e maior exposição ao passageiro | Maior risco no trânsito (moto) e menor interação com o cliente |
| Ganhos por Hora | Maior ganho por hora trabalhada (em média) | Remuneração média por hora menor, mas custos operacionais mais baixos |
| Flexibilidade | Maior autonomia para começar a trabalhar a qualquer hora. | Mais dependente de horários de pico (almoço e jantar). |
| Jornada Média | Entre 22 e 31 horas semanais (tendendo a ser mais longa) | Entre 13 e 17 horas semanais (tendendo a ser mais curta) |

O Paradoxo da Renda e a Escolha do Profissional
O estudo mostra que, apesar dos ganhos mensais atrativos (a renda líquida média dos motoristas varia entre R$ 2.925 e R$ 4.756, e dos entregadores entre R$ 1.980 e R$ 3.039, em uma jornada de 40 horas semanais), a rotina de trabalho é extenuante. As longas jornadas, o baixo rendimento por hora e a alta informalidade levantam debates sobre a precarização do trabalho.
Motoristas de passageiros valorizam o maior ganho por hora e o conforto do carro, mas enfrentam um alto custo de manutenção e depreciação veicular. Já os entregadores desfrutam da versatilidade e dos baixos custos da motocicleta, além de uma menor jornada semanal (em média), mas estão mais expostos aos riscos do trânsito.

Para muitos trabalhadores, a flexibilidade de horários e a autonomia continuam sendo os principais atrativos, superando o desejo por um emprego CLT tradicional.
“A maior parte dos trabalhadores valoriza a autonomia: 80% dos motoristas afirmam que não querem deixar o trabalho por aplicativos, mesmo com o debate sobre regulamentação em andamento.” – Pesquisa Amobitec/Cebrap.
O grande desafio no cenário atual é a regulamentação do setor, com propostas em discussão no Congresso Nacional que buscam conciliar a capacidade de geração de renda desses aplicativos com a garantia de direitos e proteções sociais básicas aos trabalhadores.
Entre flexibilidade e custo operacional, qual modalidade você considera mais vantajosa: ser motorista ou entregador de app? Comente sua opinião!
Leia aqui: Quanto ganha um motorista de aplicativo que roda apenas 4 horas por dia?
Escrito por
Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.
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Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.
Fonte: garagem360






